Os veículos de comunicação ?conservadores?, com medo de perder o ?poder? manipulam informações e tentam ?criminalizar? os movimentos sociais. A opinião é de uma das coordenadoras nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Marina dos Santos.

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Na abertura do 5º Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ela apoiou a decisão do governo da Venezuela de não renovar a concessão do canal privado RCTV.

"Pela coragem na luta pela democratização dos meios de comunicação sem a qual nunca teremos a verdadeira democracia na América Latina demonstro a nossa solidariedade ao governo e ao povo da Venezuela?, afirmou.

No Brasil, Santos destacou a atuação de grupos de mídia que ?sem conhecer? a estrutura do MST e as propostas para a sociedade reproduzem críticas ao movimento.

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?Tentam nos enquadrar em um modelo de retrocesso frente a modernidade da sociedade. Não conhecem o nosso modelo de agricultura baseado nos princípios da agroecologia, não reconhecem a nossa organização e nossos projetos de educação e participação popular.?

A abertura do congresso do MST também foi marcada por acusações contra as políticas econômicas e agrárias do governo federal que privilegiariam instituições financeiras internacionais e bancos privados. O modelo de agricultura em larga escala, com ênfase para exportação também foi citado.

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Uma ?mística? celebrou o que seria o ?casamento? entre o agronegócio, representado pela produção de cana-de-açúcar ligada à produção de biocombustíveis, e o latifúndio. No momento do ?sim?, várias vozes tentaram impedir o casamento em nome da ?soberania nacional e da justiça social?, que também são temas do congresso.

Entre os desafios do MST para os próximos anos, Santos destacou a formação dos militantes e do fortalecimento da participação popular, principalmente com a inclusão de jovens e mulheres nos processos de tomada de decisões. ?Reafirmamos o nosso compromisso de continuar ocupando latifúndios, enfrentando o capital, educando, formando e construindo um mundo socialista?, concluiu a dirigente do MST.