Conselho de Ética tende a pedir cassação de João Paulo

O Conselho de Ética da Câmara deverá aprovar hoje o pedido de cassação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, acusado de envolvimento no esquema de mensalão.

A votação foi suspensa na terça-feira da semana passada, por sugestão do próprio João Paulo, depois do impacto da apresentação das conclusões do relator, Cezar Schirmer (PMDB-RS), que pediu a cassação do petista em um relatório considerado contundente por conselheiros.

Na reunião de hoje, caberá à deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), aliada de João Paulo, apresentar as contestações ao parecer de Schirmer. Ela elaborou um voto por escrito contra a cassação.

A deputada adiantou na semana passada que um dos pontos que abordará em seu parecer é o fato de o relator ter usado um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou irregularidades na contratação da SMPB Publicidade, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Ângela argumenta que o relatório do TCU ainda não é conclusivo e que, portanto, não poderia estar no relatório de Schirmer.

O contrato foi assinado pela Câmara presidida por João Paulo dias depois de a mulher do petista, Márcia Regina Cunha, ter sacado R$ 50 mil da conta da SMPB no Banco Rural em Brasília. João Paulo passou o dia de ontem reunido com seus assessores elaborando a defesa que fará na sessão de hoje.

O petista será o último a falar no processo antes de iniciar a votação. O conselho tem 15 titulares, mas o presidente do colegiado, Ricardo Izar (PTB-SP), só vota em caso de empate.

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