Brasília (ABr) – O Conselho de Ética adiou para hoje a votação do parecer do relator Moroni Torgan (PFL-CE) sobre o processo do deputado Vadão Gomes (PP-SP), acusado de ser um dos beneficiários do "valerioduto". Inicialmente, a votação estava prevista para ontem. O Conselho informou que a votação foi adiada porque recebeu somente ontem documentos solicitados por Torgan sobre o avião particular de Vadão. O deputado do PP, por sua vez, alega que enviou a documentação no último dia 19 para o conselho.
A expectativa é que o parecer de Torgan recomende a cassação do mandato de Vadão por quebra de decoro parlamentar. Marcos Valério – acusado pelo Ministério Público Federal de ser o braço financeiro do esquema do mensalão – apresentou para a Polícia Federal uma lista de beneficiários dos repasses ilegais. Entre os beneficiários estaria Vadão, que teria recebido R$ 3,7 milhões em duas parcelas e em dinheiro vivo.
Vadão alegou que não estava em São Paulo nos dias em que Valério diz ter feito o pagamento do dinheiro. Na primeira vez, quando Valério diz ter entregue R$ 1 milhão para Vadão, o deputado alega que viajou em seu avião particular de Itarumã (GO) para Brasília. Na segunda, quando Valério informa ter feito o repasse de R$ 2,7 milhões, Vadão justifica que estava em Mineiros (GO) acompanhado de um grupo de empresários.