O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), confirmou nesta quinta-feira, 04, que a próxima região a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) será o Complexo da Maré, na zona norte da capital, onde dez pessoas morreram durante uma troca de tiros entre traficantes e policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), entre a noite do dia 24 e a manhã seguinte.

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“Lamento a morte de inocentes e até de marginais. O correto é a prisão, mas quando revidam atirando, a polícia tem que reagir. É uma situação ainda desse Rio de Janeiro que queremos pacificar. A Maré será a próxima pacificação”, afirmou o governador sem, no entanto, estipular uma data.

Cabral disse que, tanto no caso da Maré, quanto na reação policial durante os protestos, possíveis excessos da polícia serão investigados.

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Formado por 15 comunidades com 130 mil moradores, o Complexo da Maré é dominado por duas facções de traficantes de drogas e uma milícia. Cortado pelas três principais vias expressas do Rio (Avenida Brasil e Linhas Vermelha e Amarela), o conjunto de favelas é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, e precisa se deslocar para o centro, a zona sul ou à Barra da Tijuca, na zona oeste.

No dia 25, após a operação do Bope, membros de Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na Maré revelaram que há menos de um mês a PM realizou uma reunião com representantes de todas as associações de moradores do complexo. O encontro foi em uma universidade particular, no Centro do Rio. Na ocasião, foi dito que a Maré começará a ser ocupada pelas forças de segurança em agosto, logo depois da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada entre os dias 23 e 28.

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