Comissão vai procurar vítimas da repressão

Brasília – O Diário Oficial da Uniãopublicou ontem a criação de uma comissão interministerial para procurar e localizar corpos de vítimas dos militares durante a Guerrilha do Araguaia. É uma espécie de resposta do governo, que não quis abrir os arquivos dos militares por ordem judicial. A comissão ganhou superpoderes para ter acesso a qualquer tipo de informação, dado, relatório do executivo, mesmo que ele seja considerado confidencial, além disso, pessoas que colaborarem com ela terão a identidade preservada. Composta só por membros do governo e coordenada pelo Ministério da Justiça, a comissão não agradou muito a familiares de mortos e desaparecidos.

Ontem pela manhã, os membros da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos se reuniram com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, mas o presidente da comissão, Luiz Francisco da Silva Carvalho Filho, e Suzana Lisboa, que faz parte do grupo, deixaram o encontro profundamente insatisfeitos e reafirmaram as críticas à formação da nova comissão. Para eles, a nova comissão foi criada à revelia dos familiares dos desaparecidos e esvaziará a atual, considerada uma das mais importantes conquistas da esquerda brasileira que se envolveu na luta armada nos últimos anos.

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