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Brasília – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse ontem que a Comissão de Averiguação de Informações Sigilosas decidiu, em sua primeira reunião, requisitar os arquivos referentes a todo o período militar – desde 1964 – da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI), da extinta Comissão Geral de Investigação (CGI), do Conselho de Segurança Nacional, da Polícia Federal e das Forças Armadas. Segundo o ministro, os documentos vão ser compilados e transferidos para o Arquivo Nacional depois de analisados pela comissão.

"Este é um grande passo. Um passo forte e decidido na direção do acesso a esses documentos", disse Bastos, frisando que o presidente Lula determinou que a abertura comece imediatamente.

Indagado sobre como será o processo de abertura, Bastos disse que ainda não se tem idéia de como isso será feito.

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"Eu acredito que possa dramatizar um pouco isso em relação aos documentos, fazendo alguma divulgação pedagógica, desde que os documentos não firam a intimidade e a confidência das pessoas", afirmou.

A reunião da comissão durou quase três horas e foi presidida pelo presidente Lula. A comissão é coordenada pelo chefe da Casa Civil, José Dirceu, que participou do encontro juntamente com Thomaz Bastos, e os ministros da Defesa, José Alencar, e o secretário Nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda.

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Polícia Federal

A Polícia Federal vai apoiar as investigações sobre a suposta queima de arquivos sobre a ditadura militar na Base Aérea de Salvador. A afirmação é do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Segundo reportagem exibida no último domingo pela TV Globo, 78 documentos referentes ao período entre 1964 e 1994 teriam sido queimados há cerca de 15 dias.

Thomaz Bastos afirmou que o ministro da Defesa, José Alencar, disse ontem, durante a reunião da Comissão Interministerial de Averiguação e Análise, que já foi aberto inquérito policial militar com ordem para realizar uma apuração rigorosa sobre o fato.

O ministro disse ainda que a destruição de documento público é crime, com pena de um a cinco anos de prisão prevista no Código Penal. "É preciso investigar a natureza, o alcance, a proporção e a autoria desse crime", afirmou. Thomaz Bastos confirmou que o ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, já recebeu os documentos apresentados pela reportagem.