Brasília

  – No mesmo dia em que a esquerda do PT condenou o recebimento de uma aposentadoria anual de US$ 750 mil pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, paga pelo banco FleetBoston, e pediu a sua saída da presidência da instituição, a Comissão de Ética Pública, órgão ligado à Presidência da República, o absolveu sem ressalvas e sem pedido suplementar de informação. Em nota divulgada no final da tarde, a comissão declarou que o fato de Meirelles ser aposentado pelo banco “não configura conflito” com as disposições do Código de Ética da Alta Administração Pública.

A comissão de ética considerou que o presidente do Banco Central cumpriu as normas do Código de Ética entregando no prazo a declaração de sua renda e patrimônio e as informações sobre sua situação de aposentado do banco. A nota é assinada pelo presidente da comissão, João Geraldo Piquet Carneiro.

Meirelles entregou a declaração no último dia 10, dentro do prazo de dez dias que as autoridades têm para prestar informações confidenciais envolvendo seu patrimônio e sua situação financeira. Como sua posse ocorreu no dia 2, ele teria até o dia 12 para fazê-lo. Quando a comissão discorda das declarações ou há dúvidas quanto às explicações apresentadas, há pedido de informação suplementar, o que não foi feito no caso de Meirelles. Segundo a assessoria do Banco Central, assessores de Meirelles teriam entrado mantido contato com a comissão para saber como deveria ser feita a declaração.

Para pedir a saída de Meirelles, o deputado João Batista Babá (PT-PA) argumentou que, como aposentado do FleetBoston, o presidente do BC “vai trabalhar para os banqueiros, contrariando interesses da classe trabalhadora” e a mudança que o PT pregou durante toda a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva.

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