Comando reage aos sem-terra

São Paulo  – Criado recentemente no Centro-Oeste do Paraná para evitar a invasão de fazendas particulares por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Primeiro Comando Ruralista (PCR), que apóia a contratação de pistoleiros para defender as propriedades, já teria núcleos em pelo menos mais 11 estados. A ouvidora agrária nacional, Maria de Oliveira, e o secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, dizem que o governo tratará o assunto com pulso firme. “Se todos resolverem pegar em armas, daqui a pouco estaremos vivendo uma guerra civil”, disse Nilmário.

O governo decidiu aumentar o número de ouvidores agrários nos estados para mediar os conflitos no campo. Mas, no Paraná, a formação da milícia tem recebido “status” formal. O presidente da Associação de Produtores de Laranjal, Humberto Sá, disse que pretende convencer, por meio de assembléias, outros ruralistas da região a comporem o grupo: “Só com o anúncio do PCR e com a declaração formal de que não vamos admitir as invasões já conseguimos intimidar o MST. Vamos reunir todos os fazendeiros possíveis para combater os sem-terra” diz ele.

Humberto Sá afirma ainda que, se for preciso, os seguranças impedirão as ocupações das terras pelo MST com armas. Entidades ligadas à Sociedade Brasileira Rural estariam formalizando um pacto de ajuda mútua para impedir as ocupações. Uma cartilha com informações sobre os acampamentos de sem-terra em todo o país foi produzida para mapear as áreas de atuação do MST.

Fazendeiros dizem estar preocupados com o que chamam de “estreita ligação” do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, e do presidente do Incra, Marcelo Resende, com o MST.

O presidente nacional da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, diz que a entidade é contra a formação de grupos armados, mas afirma que os fazendeiros precisam se defender “da truculência dos sem-terra”.

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