CNBB ataca política econômica

Indaiatuba, SP – Em mensagem aos trabalhadores, divulgada ontem, os bispos reunidos em Itaici, Indaiatuba, a 125 quilômetros de São Paulo, durante a 45.ª Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criticaram a política econômica do atual governo e afirmaram, no documento, que privilegiar o pagamento de juros da dívida pública significa comprometer um orçamento capaz de atender às necessidades básicas dos trabalhadores e o desenvolvimento do País. ?Reconhecemos que algumas políticas públicas têm proporcionado transferência de renda, oferta de novos postos de trabalho, recomposição do poder de compra do salário mínimo. Preocupam-nos, no entanto, a persistência do desemprego, o subemprego, a informalidade, o trabalho infantil, as migrações internas e para outros países?, publicaram, também, os bispos no documento.

A assembléia-geral da CNBB vai até o dia 9, quando devem ser escolhidos os novos presidente, vice-presidente e secretário-geral da conferência e os temas que serão levados à 5.ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, que vai de 13 a 31 deste mês e será aberta pelo papa Bento XVI.

Terra

O bispo de Ilhéus (BA), d. Mauro Montagnoli, afirmou que falta ainda vontade política para a realização de uma reforma agrária justa e eficaz. ?A Igreja é a favor dessa reforma e tem marcado presença no sentido de apoiar e insistir que ela ocorra. A Justiça tem contribuído para dificultar isso. Vemos centenas de trabalhadores acampados. Falta vontade política para a realização dessa reforma?, afirmou.

Arcebispo de Vitória da Conquista (BA) e um dos vice-presidentes do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), d.Geraldo Lyrio Rocha disse que a reforma agrária não basta. ?Há um descaso em relação às famílias assentadas. Não basta dar posse de terra se não há condições de desenvolvimento agrícola, produção orientada e escoamento dessa produção. Julga-se que o problema está resolvido, enquanto na verdade não foi.?

Bem cotado para a eleição da CNBB, d. Geraldo afirmou que não disputa poder. ?Todos os bispos aqui são candidatos e eleitores. Ninguém se lança candidato. As eleições aqui têm uma dinâmica diferente das disputas de cargos públicos porque são outras motivações?, afirmou d.Geraldo.

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