Jefferson nunca renegou o passado. Ao contrário. Preza a amizade com Collor, com quem ficou até o último dia e se negou a desfazer a aliança com o amigo em Alagoas, impondo a coligação apesar dos protestos do presidente nacional do PPS, Roberto Freire. Na semana passada, Jefferson e o presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR), outro que ostentava alta patente na tropa de choque de Collor, bateram pé, discordaram do PPS de Ciro e mantiveram a coligação com o ex-presidente em Alagoas.
Jefferson atribui as comparações entre Collor e Ciro feitas pelo tucano José Serra a uma estratégia de marketing frustrada. ?Ciro não tem nada a ver com Collor. Collor tem empáfia, gosta de roupas de grife, de fumar charutos e é filho de ricos. Ciro usa roupas comuns, é filho de funcionários públicos e só fuma um cigarrinho?, brinca o deputado.
O PTB hoje tem a hegemonia das articulações políticas e da logística da campanha de Ciro, pagando o aluguel do comitê em Brasília e negociando adesões no PFL. Ex-integrantes da equipe de Collor são unha e carne com Ciro na campanha. O senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), ministro de Collor, por exemplo, trabalha para eleger Ciro. Aliado de Collor até o fim dramático de seu mandato, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) também está em campanha por Ciro e critica Serra por atacar o adversário usando a imagem de Collor. ?Essa não cola, até porque Fernando Henrique queria ser ministro de Collor?, diz.
O ex-senador Odacir Soares (PTB-RO), outro dos comandantes da tropa de choque do ex-presidente, é hoje o homem forte da campanha de Ciro em Rondônia. Assim como o presidente do PDT, Leonel Brizola, que integra a Frente Trabalhista e está na linha de frente da campanha de Ciro no Rio. Apesar dos protestos de pedetistas, Brizola ficou com Collor até o fim.
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