O candidato da Frente Trabalhista a presidente, Ciro Gomes (PPS-PDT-PTB), recebeu hoje à tarde, no Rio, um telefonema do presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, e os dois acertaram um encontro para breve, em data a ser marcada. ?Somos amigos há longa data. Discordo dele na política econômica, mas estou às ordens. É civilizado que a gente, as autoridades e a oposição, desobstrua o diálogo?, declarou Ciro hoje, depois de uma palestra organizada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) com os candidatos, no Hotel Copacabana Palace. O candidato da Coligação Lula Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL-PC do B-PCB-PMN), foi o único ausente.
O candidato da Frente Trabalhista a presidente disse que recebeu a ligação de Fraga no carro, quando seguia para o seminário. ?Um de nós (candidatos) será eleito e não vai inventar outro País. É inacreditável que tenha demorado tanto?, afirmou Ciro, referindo-se à iniciativa do presidente do BC em procurar os candidatos de oposição. O candidato da Frente Trabalhista reafirmou que não aceita firmar compromissos de manutenção das principais linhas adotadas pelo atual governo na economia, como metas de inflação e porcentual fixado em 3,75% de superávit fiscal primário. ?Sou contra a atual política. Qualquer providência que projete políticas equivocadas, estou fora?, afirmou.
Ciro lembrou que, há dois meses, quando esteve nos Estados Unidos para uma série de conversas com investidores, conversou por telefone com o ministro da Fazenda, Pedro Malan. ?Lá fora, devemos mostrar o máximo de convergência possível. Liguei para o Malan para saber números, ouvir ponderações. Falei sobre minha divergência com relação à inflation target, ele argumentou de lá. Nossas divergências devem ser internas?, defendeu.