Cigarro radicaliza contra o fumo

Brasília – O Ministério da Saúde determinou ontem a troca das mensagens e das fotos de advertência impressas nos maços de cigarros. As novas imagens são mais impactantes e trazem novas informações sobre os problemas causados pelo cigarro, que mata 200 mil pessoas por ano no País, segundo dados do ministério. Entre as fotos, chama a atenção a de um feto dentro de um vidro com a mensagem de que fumar causa aborto e a de um pulmão de um fumante totalmente tomado por uma substância preta.

A indústria tabagista tem prazo de nove meses para imprimir as novas ilustrações, bem mais impactantes do que as imagens em vigor, como a que mostra um homem com as pernas amputadas, com a frase “Ele é uma vítima do tabaco. Fumar causa doença vascular que pode levar à amputação”. Os maços vão mostrar, por exemplo, imagens de uma boca e um pulmão tomados pelo câncer, um feto abortado, uma perna necrosada, além de rato e baratas mortos por arsênico e naftalina.

A resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) obriga também que todas as imagens tenham o fundo de cor preta. As novas frases foram divulgadas: “Essa necrose foi causada pelo consumo de tabaco”, “Ao fumar você inala arsênico e naftalina, também usados contra ratos e baratas”, “Fumar causa câncer de boca e perda dos dentes”, entre outras.

As embalagens devem também conter o aviso obrigatório “Venda proibida a menores de 18 anos”, além do alerta “Este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para consumo dessas substâncias”. Com isso, está proibida a divulgação dos níveis dessas duas substâncias como forma de marketing, ou seja, os fabricantes não poderão mais dizer que um cigarro tem menos nicotinha e alcatrão que os demais.

Todas as imagens que serão usadas nos maços foram feitas com fumantes, não com atores. Os temas foram propostos pelo ministério, mas as fotos foram escolhidas em pesquisas feitas com jovens em São Paulo e Porto Alegre.

Segundo o ministro da Saúde, Humberto Costa, o objetivo das mudanças é causar mais impacto nas pessoas e as imagens não se dirigem apenas a quem fuma, mas também pretendem evitar que outros comecem a fumar.

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