A chuva que atinge Santa Catarina desde a madrugada desta terça (20) deixou duas pessoas mortas, a BR-101 interditada em diversos pontos e suspendeu serviços de saúde e transporte. Ao menos 140 pessoas estão desabrigadas.

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Segundo a Defesa Civil, as regiões mais afetadas foram o litoral norte e a Grande Florianópolis. Em Camboriú, duas primas, de 17 e 16 anos, morreram soterradas após um deslizamento de terra atingir a casa em que elas e uma terceira garota, de 9 anos, dormiam.

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Em imagens divulgadas pela prefeitura, a casa das primas, no bairro Jardim Aliança, aparece cheia de lama, e é possível ver parte do teto que cedeu no quarto. Elas chegaram a receber atendimento de socorristas do Samu, mas morreram no local. A criança de 9 anos foi levada para o hospital e já recebeu alta.

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De acordo com a prefeitura de Camboriú, 60% da cidade foi atingida por alagamentos e os bairros mais afetados pela água foram: Santa Regina, Jardim Europa, Monte Alegre, Cedro, Areias, Várzea do Ranchinho e Centro. Desde segunda-feira (19), a Defesa Civil do município recebeu cerca de 300 chamadas e 90 pessoas precisaram sair de suas casas, sendo encaminhadas para abrigos da cidade.

A cidade pede ajuda com a doação de colchões para os desabrigados, que podem ser entregues no Ginásio Francisco Duarte de Souza, localizado ao lado da Escola Clotilde Ramos Chaves.

Serviços de saúde, incluindo as Unidades de Saúde de Camboriú, suspenderam os atendimentos nesta terça-feira, inclusive cirurgias já agendadas. Emergências estão sendo atendidas no PS do Hospital Cirúrgico de Camboriú.

Além dos serviços de saúde, secretarias municipais e prefeituras também suspenderam os atendimentos.

A Defesa Civil de Balneário Camboriú, também no litoral norte, reforçou os alertas na manhã desta terça-feira (20). A cidade tem sete pontos de alagamentos, e o principal deles é na 6ª avenida. Segundo o órgão, dois abrigos foram disponibilizados para pessoas desalojadas.

Ainda, foram suspensos os agendamentos em unidades básicas de saúde, e as emergências podem ser atendidas na UPA Nações, no PA da Barra e no Hospital Ruth Cardoso. O transporte também foi afetado.

“Devido aos transtornos e alagamentos nas principais vias da cidade causados pelas fortes chuvas que caíram nas últimas horas, a operação do transporte público na cidade ficou impossível”, diz a nota.

Imagens em redes sociais mostram veículos circulando pela faixa de areia da praia que foi alargada para fugir dos alagamentos.

Segundo o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, a chuva não parou durante a noite, o que agravou os alagamentos. A circulação de linhas de ônibus foi afetada em razão da enchente, especialmente as que passam pelo bairro Ingleses e pela SC-401.

No Balneário de Piçarras, nos bairros Morretes e Nossa Senhora da Conceição, e na cidade de Águas Mornas, o fornecimento de água está prejudicado após a estação de tratamento da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) ficar alagada.

Estradas

Por causa das chuvas, a BR-101 foi totalmente bloqueada na altura de Palhoça, entre o km 236 norte e o km 228, e na pista sul, no km 99, em Piçarras, e no km 138, no morro do Boi, em Balneário Camboriú.

Segundo a concessionária Arteris Litoral Sul, também há bloqueios parciais no km 57 Sul, em Araquari, no km 102 sul e norte, em Piçarras, e no km 132, em Balneário Camboriú. Não há previsão de liberação.

Ainda na BR-101, no KM 107, o trânsito precisou ser paralisado devido à fumaça tóxica vinda do incêndio de uma transportadora próxima da rodovia.

Ainda há pontos de bloqueio nas rodovias SC-401, SC-405 (ambas em Florianópolis), SC-281(São Pedro de Alcântara) e SC-435 (Sâo Bonifácio).

La Ninã

O estado segue com alerta da Defesa Civil para chuvas fortes entre esta terça e quarta (21), concentradas nas regiões da Grande Florianópolis, baixo Vale do Itajaí e Litoral Norte. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) também reforçou os alertas para altos volumes de chuva nesta terça, que podem superar os 100 mm em 24 horas. Nesta segunda, o volume acumulado de água na capital catarinense chegou a 232 mm.

As chuvas dos últimos dias são causadas por uma baixa pressão marítima que favorece elevados índices de umidade, ocasionados pelo fenômeno La Niña, o mesmo que provocou chuvas intensas e deslizamentos de terra no fim de novembro e início de dezembro. No primeiro dia do mês, o estado contabilizava quase 900 pessoas desalojadas e ao menos duas mortes.

A previsão do Epagri/Ciram (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) é de que a partir desta quarta-feira (21) haja uma diminuição no volume de chuvas.