CGU omite mais da metade das despesas corporativas

A Presidência da República tem pelo menos 150 cartões corporativos. Juntos, os titulares desses cartões gastaram no ano passado R$ 6,2 milhões. Do grupo, apenas 68 servidores tiveram suas despesas divulgadas no Portal da Transparência, mantido pela Controladoria-Geral da União (CGU) na internet. Ou seja, cerca de 80 funcionários ligados à Presidência realizaram despesas que foram omitidas no site. Os servidores cujos nomes e despesas não são divulgados no portal gastaram, conforme levantamento, R$ 5,3 milhões ao longo de 2007, sendo que R$ 1,4 milhão foi sacado em espécie.

A farra dos cartões corporativos já derrubou uma ministra. Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial, pediu demissão na sexta-feira, 19 dias depois de ter sido revelado que ela foi a campeã de gastos com o cartão. No sábado, o ministro do Esporte, Orlando Silva, anunciou a devolução de cerca de R$ 31 mil também gastos com o cartão.

Na lista dos funcionários da Presidência da República divulgada no portal estão dois servidores que fizeram compras quase integralmente em São Bernardo do Campo (SP), onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem residência. Nessa relação está também o tenente-coronel de Infantaria Rawlinson Souza, ajudante-de-ordens do gabinete da Presidência. Ele gastou R$ 5,1 mil com papelaria e compras em supermercados em 2007.

O portal traz ainda os gastos realizados por dois militares destacados para fazer a segurança da filha do presidente Lula, Lurian Cordeiro Lula da Silva, em Florianópolis (SC). Um deles, João Roberto Fernandes Júnior, usou o cartão corporativo para pagar despesas em lojas de materiais de construção, autopeças, ferragens, supermercados e postos de gasolina. Entre abril e dezembro do ano passado, foram gastos R$ 55 mil.

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