A dengue voltou a avançar no País. De janeiro até 24 de agosto, foram registrados 1,4 milhão de casos, seis vezes mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. Pelo menos 14 Estados estão em situação de epidemia. Em Minas Gerais, o índice é de 2,2 mil casos a cada 100 mil habitantes. Apenas Amazonas e Amapá apresentaram redução de registros em relação ao ano passado.

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Zika e chikungunya, também doenças transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, seguiram a mesma tendência. De acordo com Ministério da Saúde, casos de chikungunya subiram no período 44%, passando de 76.742 e para 110.627. A infecção por zika, por sua vez, passou no período de 6.669 para 9.813.

A explosão de casos foi acompanhada pela elevação expressiva de mortes. Somadas, as três doenças provocaram 650 óbitos (591 por dengue, 57 por chikungunya e 2 por zika). É como se 2,7 pessoas morressem por dia em decorrência das infecções, todas evitáveis se o País tivesse boas condições de saneamento, abastecimento de água, coleta de lixo e sem reservatórios do mosquito transmissor nos domicílios.

A expansão de casos de dengue impressiona pelos números. Em Minas, foram 471.165 registros – 19 vezes mais do que o identificado em 2018. Em São Paulo, foram 437.047 notificações, 37 vezes mais do que no ano anterior. Em Goiás, foram 108.079 registros, 47% a mais do que em 2018. No Distrito Federal, foram 35.531 infecções, com uma incidência de 1.194,4 casos a cada 100 mil habitantes.

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No caso da zika, o aumento também foi em quase todos os Estados. Apenas Amazonas, Pará, Rio, Mato Grosso e Goiás tiveram uma redução de casos. Tocantins é o que apresenta a maior proporção de casos por cada 100 mil habitantes: 32,3. Em seguida, vem o Rio Grande do Norte, com 27 casos por 100 mil e Alagoas, com 18 por 100 mil.

A chikungunya avança sobretudo no Rio. Os casos passaram de 34.805 para 76.776. No Rio Grande do Norte, os casos da infecção passaram de 1.809 para 8.899.

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Com aumento de registros, o Ministério da Saúde antecipou em dois meses a campanha de combate ao Aedes aegypti, que será lançada nos próximos dias. O objetivo é mobilizar secretários, prefeitos e a população para medidas de prevenção contra o mosquito transmissor.

A pasta atribui a alta nos casos a uma associação de fatores. Entre eles está o aumento de chuvas neste ano na região Sudeste mas, sobretudo, a alterações no tipo de vírus causador da doença.

A dengue pode ser provocada por quatro subtipos de vírus, que vão de 1 ao 4. Nos últimos anos, a circulação maior ocorria com os subtipos 1 e 3. Avaliações da pasta indicam, porém, que nesta epidemia a circulação do subtipo 2 cresceu, aumentando o número de pessoas suscetíveis à contaminação.