Caso Serginho: hora de depor

São Paulo – Começou ontem a ação penal relativa à morte do zagueiro Serginho, ocorrida em outubro. O primeiro ato foi o interrogatório dos réus – Nairo Ferreira de Souza e Paulo Forte, presidente e médico do São Caetano afastados de seus cargos por ordem da Justiça Desportiva -pelo juiz Cassiano Ricardo Zorzi Rocha e pelo promotor do caso, Rogério Leão Zagallo, no Fórum Criminal da Barra Funda. Sob acusação de homicídio qualificado, cuja pena vai de 12 a 30 anos de cadeia, os dois voltaram a responsabilizar o Instituto do Coração (Incor) pela morte do jogador, e repetiram a tese dita durante o inquérito policial: não sabiam que Serginho corria risco de morte.

No dia 20 de outubro, o juiz colherá depoimento das quatro primeiras testemunhas de acusação, entre elas o cardiologista do Incor Edimar Bocchi, que acompanhou os exames feitos por Serginho em fevereiro e junho de 2004 e garante ter recomendado ao clube o afastamento do atleta. ?Ou os dois réus estão mentindo, ou uma instituição inteira que é o Incor, uma das mais importantes do mundo na área, está mentindo?, afirmou o promotor Zagallo.

Durante o inquérito policial, Bocchi disse em depoimento que os exames de Serginho apontavam a necessidade de afastamento do futebol, que foi comunicada ao jogador e a Paulo Forte. ?O passo mais importante é a oitiva das testemunhas. Ele (Bocchi) é a peça-chave?, disse Zagallo. Os cardiologistas Marcos Valério Resende, que realizou ecocardiograma no jogador, e Antônio Esteves Filho, responsável por um cateterismo, também serão interrogados e, em depoimentos anteriores, confirmaram a versão de que o São Caetano sabia.

?As testemunhas vão demonstrar que os réus tinham plena ciência da situação e da necessidade de afastamento. Se um dia ficar provado que quem mente é o Incor, colocando duas pessoas inocentes como réus, eu vou processá-los?, afirmou o promotor.

Os advogados da defesa, que têm até sexta-feira para apontar suas 16 testemunhas, disseram que o saldo do interrogatório foi positivo. 

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