Manágua (Nicarágua) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (8) que o caso envolvendo o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), não pode ficar "a vida inteira dependendo dos discursos políticos".
"Penso que o Senado, em algum momento, vai tomar uma decisão. Esse caso não pode ficar a vida inteira dependendo dos discursos políticos. Em algum momento vai ter que decidir", disse. "Ou o Senado julga ou a Polícia Federal investiga ou a Suprema Corte [Supremo Tribunal Federal] julga, porque tudo tem um começo, meio e fim. Acho que está chegando a hora de ter um fim, à medida que se faça as investigações completas".
Lula ponderou que, no caso da investigação no Conselho de Ética do Senado, cabe ao Congresso Nacional determinar esse tempo. "Quem sou eu para determinar qual o tempo que o Congresso terá para decidir? O máximo que faço é decidir minha agenda e as coisas no Executivo".
O presidente informou ter recebido um telefonema do ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, que o informou sobre as votações ocorridas ontem (7) no Senado.
"Recebi um telefonema ontem, às 23 horas, do ministro Walfrido, me contando que o Congresso tinha votado todas as coisas que tinham importância dentro do Senado. Eu liguei para o Renan para dar os parabéns a ele. Então ele me contou que o processo estava em andamento na Suprema Corte".
Questionado se o presidente do Senado tem o apoio presidencial, Lula disse que todos os brasileiros o tem, já que todos são inocentes até que provem o contrário. E acrescentou estar "contente" com o Congresso.
"Já estou com quase cinco anos de mandato e sou o único presidente da República que nunca fiz queixa do Congresso. Acho que tem problemas, porque o Congresso representa a cara da sociedade no dia das eleições. Lá é uma caixa de ressonância das convergências e divergências da sociedade, e precisamos aprender a conviver com a democracia e os percalços da democracia".


