Candidatos precisam provar que não são analfabetos

Salvador (AE) – Dois candidatos a prefeito e 33 a vereador dos municípios de Paripiranga e Adustina, situados na fronteira da Bahia e Sergipe precisam provar que não são analfabetos, submetendo-se, na próxima sexta-feira (23), a uma prova elaborada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A determinação é do promotor da comarca de Paripiranga, Gildásio Amorim, que propôs a impugnação das candidaturas por desconfiar da condição iletrada dos candidatos. A decisão foi acatada pela juíza Ruth Nunes Menezes.

Um dos impugnados é o candidato a prefeito de Paripiranga, José Menezes de Carvalho (PTN), que já governou o município duas vezes. Em Adustina, Antonio Santana (PP), outro postulante à Prefeitura, também ex-prefeito da localidade, foi impugnado pelo promotor.

Embora não tenham apresentado nenhum comprovante de escolaridade, os dois poderiam se inscrever como candidatos com uma simples declaração redigida do próprio punho. Contudo, ao examinar as ditas declarações, o promotor percebeu que a caligrafia do texto era completamente diferente da assinatura. “Parece que alguém escreveu para os dois desenharem a assinatura”, disse Amorim, optando por tirar a dúvida com o pequeno “vestibular” a ser realizado na Escola Francisco de Paula Abreu de Paripiranga.

Fiscalização

Amorim e a juíza Ruth estarão na sala fiscalizando os candidatos. As provas serão corrigidas em Salvador e em uma semana o TRE dará o parecer sobre a escolaridade dos 35 candidatos “suspeitos”. Carvalho e Santana garantem que são alfabetizados mas dizem que perderam seus certificados. Carvalho afirma ter concluído o primeiro grau, enquanto Santana o curso primário, além de ser “craque nas quatro operações”.

Conhecido pela sua aversão a falta de estudo e cultura, o promotor Amorim combate o analfabetismo de uma forma radical.

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