Apontado pelo Ministério Público como um dos principais envolvidos na chamada “máfia do sangue”, que investiga as denúncias de irregularidades no uso de recursos do Ministério da Saúde, o ex-coordenador de recursos logísticos da pasta, Luís Cláudio Gomes da Silva, disse ontem que os R$ 200 mil apreendidos em sua residência pela Polícia Federal no mês de maio eram destinados a financiar sua campanha para a Câmara Municipal de Recife. Ele argumentou que o dinheiro era fruto de economias particulares e da venda de esmeraldas e de um carro Vectra.

Segundo os autos do inquérito, o dinheiro apreendido no apartamento do ex-assessor do Ministério da Saúde seria a comprovação de que ele teria recebido propina de fornecedores de hemoderivados. Mas o advogado do ex-assessor, Ademar Rigueira, disse que o dinheiro era lícito e por esse motivo vai solicitar o reembolso à Justiça federal.

Luís Cláudio depôs perante o juiz da Terceira Vara da Justiça Federal em Pernambuco, Frederico José Pinto. O interrogatório durou mais de três horas e foi feito por intermédio de carta precatória enviada pela Justiça no Distrito Federal, onde corre o processo contra ele e 19 envolvidos na fraude contra o Ministério da Saúde. De acordo com os autos do processo, o acusado teria solicitado R$ 600 mil de propina para privilegiar empresas fornecedoras de hemoderivados, mas que teria fechado o pagamento por R$ 200 mil, valor apreendido em sua residência em Recife.

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