Caminhoneiros pretendem bloquear rodovias no Sul

Com maior adesão na região Sul, a mobilização dos caminhoneiros para uma greve nacional deverá intensificar o bloqueio de rodovias da região que levam aos Estados do Sudeste a partir de amanhã.

A ideia, segundo Nélio Botelho, coordenador do MUBC (Movimento União Brasil Caminhoneiro), que organiza os protestos, é forçar o desabastecimento da região Sudeste e pressionar o governo federal a se pronunciar sobre as reivindicações da categoria.

“Existe a expectativa de que poderá haver desabastecimento a partir de segunda, especialmente no Rio de Janeiro”, afirma Botelho.
As interdições nas rodovias, ressalta Botelho, serão parciais. Apenas caminhões e veículos de carga devem ser impedidos de passar. Carros de passeio, ônibus e veículos com cargas especiais estão liberados.

Somente no Paraná estão previstos cerca de 60 pontos de bloqueio. Minas Gerais, que é “o Estado que mais aderiu”, segundo Botelho, também deve concentrar mobilizações.

No Rio Grande do Sul, de acordo com estimativa do Setcergs (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado), o volume de cargas transportadas nas rodovias locais era 40% menor que o normal na sexta-feira, segundo entrevista do presidente do sindicato, José Carlos Silvano, à rádio Gaúcha.
Silvano teme o desabastecimento dos setores de hortifrutigranjeiros, combustíveis e produtos perecíveis no Estado caso a mobilização se intensifique.

Motivos

A greve dos caminhoneiros, que não tem o apoio dos sindicatos da categoria, tenta derrubar mudanças implementadas pelo governo federal para o setor de transporte rodoviário do país, como o cartão-frete (que formaliza a contratação dos motoristas autônomos) e a lei que institui o controle de jornada de trabalho da categoria.

Botelho afirma que as medidas têm reduzido a oferta de frete para os profissionais e diminuído os rendimentos em razão das restrições de horário de trabalho. Os caminhoneiros também reclamam da falta de estrutura das rodovias para cumprir as paradas obrigatórias previstas em lei, de quatro em quatro horas.

De acordo com Botelho, o protesto dos caminhoneiros tem enfrentado baixa adesão especialmente em São Paulo e nos Estados do Centro-Oeste, em que o setor de transporte rodoviário é controlado por grandes transportadoras e por multinacionais embarcadoras de grãos.

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