Brasília – Estimulada pela Constituição, a explosão municipalista tem custado caro aos cofres públicos. Só as câmaras de vereadores criadas de 1989 para cá representarão um gasto de R$ 1 bilhão este ano. A conta é simples. Segundo dados divulgados pelo presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, foram instaladas 1.485 novas cidades de 1989 até 2001. Como todo município tem, no mínimo, nove vereadores, a onda de emancipações produziu pelo menos 13.365 novos parlamentares. Este ano, cada um custará R$ 76,8 mil ao contribuinte, R$ 25,72 por habitante. Um total de R$ 935 milhões.

Amparado em dados da Secretaria Nacional do Tesouro referentes a 4.710 dos 5.559 municípios, o estudo da CNM indica que, em 2001, o custo por vereador foi de R$ 51,3 mil. Este ano, acompanhando o crescimento da receita, será de R$ 76,8 mil. O gasto unitário varia, porém, de acordo com o estado. No Rio é o mais alto. Este ano, cada vereador do estado custará R$ 441,1 mil. Em São Paulo, esse custo cai para R$ 154,5 mil.

Sessões uma semana por mês

Brasília

– Com 3.759 eleitores e 4.467 habitantes, cidade de Água Fria de Goiás é um retrato dos pequenos municípios brasileiros. Com um custo mensal de R$ 21 mil, ou R$ 252 mil anuais, sua Câmara de Vereadores, instalada num sobrado alugado a R$ 400, funciona uma semana por mês. O calendário só é alterado em convocações extraordinárias, raras a julgar pelas deliberações de todo o ano passado: 18.
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