Caixa-preta danificada do Airbus dificulta ação de peritos

Os peritos da Aeronáutica encarregados de desvendar as causas do maior acidente aéreo do País têm enfrentado dificuldades para acessar os dados da caixa-preta do Airbus A320. O forte impacto com o prédio da TAM Express e a exposição ao fogo danificaram a estrutura metálica que envolve o cartão de memória – ?cérebro? do equipamento. Segundo fontes militares, antes de fazer a leitura será preciso desmontar por completo as caixas-pretas.

?Numa situação normal, é possível conectar cabos e fazer um download?, explica um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB). ?Mas, nesse caso, será preciso retirar o chip.? Embora seja mais trabalhosa, diz ele, a tarefa não deve atrasar a conclusão dos trabalhos – prevista para quarta-feira. Após a coleta dos dados, os peritos terão de selecionar quais dos mais de 100 parâmetros monitorados pelo Flight Data Recorder (gravador de dados) são importantes para elucidar o desastre.

Já o trabalho de degravação do Cockpit Voice Recorder (gravador de voz) deve se concentrar nos 5 minutos que antecederam a explosão. Militares acreditam que parte das respostas sobre o comportamento do Airbus na pista de Congonhas possa ser explicada pelas conversas mantidas na cabine.

A leitura do gravador de dados está sendo feita desde sexta-feira nos laboratórios do National Transportation Safety Board (NTSB), em Washington, sob a supervisão de oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O gravador de voz chegou no sábado. Hoje, os deputados Marco Maia (PT-RS) e Efraim Filho (DEM-PB), da CPI do Apagão, vão ao NTSB para tentar acompanhar os trabalhos. Eles querem garantir que os dados ?cheguem ao Congresso rapidamente e não se percam na burocracia?.

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