Caciques regionais enfrentam crise

Brasília

– Caciques políticos regionais, até mesmo os líderes políticos mais longevos como os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), estão tendo dificuldades para manter seus reinados locais nas eleições municipais deste ano. Além de Antônio Carlos e Sarney, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o deputado Miguel Arraes (PSB-PE) e o ex-senador Iris Resende (PMDB-GO) estão nessa situação. Podem estar começando a enfrentar o mesmo destino das famílias Alves e Maia, que depois de décadas perderam o monopólio do poder no Rio Grande do Norte.

“É claro que se eu perder em Salvador a repercussão será maior do que as vitórias que terei em cima do PT no interior. Mas não acredito que meus correligionários vão me desafiar, diz Antônio Carlos.

Três vezes governador de Pernambuco, Miguel Arraes criou um partido para concorrer com o PT e chegou a ter candidato competitivo nas eleições presidenciais de 2002, o hoje secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho. Dois anos depois seu partido perdeu força. Em Recife, ensaiou lançar candidato mas acabou por apoiar a reeleição do prefeito João Paulo (PT), que lidera com 34% das intenções de voto, segundo pesquisa do Ibope.

Com a declaração de independência do governador José Reinaldo, que decidiu apoiar a reeleição do prefeito Tadeu Palácio (PDT), a família Sarney ficou mais distante de sua nova tentativa de ganhar a Prefeitura de São Luís. Eles estão apoiando Ricardo Murad (PSB), irmão de Jorge Murad, marido da senadora Roseana Sarney (PFL-MA) e seu ex-adversário político.

Situação mais delicada enfrenta o PMDB de Goiás, cujo maior líder, o ex-senador Iris Resende, chegou a disputar no PMDB a indicação para concorrer à Presidência da República em 1989. Iris Resende é agora candidato à Prefeitura de Goiânia para ter chance na eleição para o governo estadual em 2006.

Maior líder do Ceará desde o fim do regime militar, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) está jogando o futuro de seu grupo nas eleições de Fortaleza. Desde a eleição de Ciro Gomes, em 1988, quando ele ainda era do PMDB, seu grupo não ganha eleição na capital cearense.

Afilhado de Tasso, o ex-prefeito e deputado Antônio Cambraia teve 21% das intenções de voto. Perto do segundo, deputado Moroni Torgan (PFL), com 23%, e do líder, Inácio Arruda (PCdoB), 26%.

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