Rio – O brasileiro está casando menos e mais tarde, mas a união está durando mais, revela a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com dados das uniões legais de 1991 a 2001, o levantamento mostra ainda que o perfil do noivo também está mudando: o número de casamentos cai entre os solteiros e cresce no grupo de divorciados e viúvos.

A pesquisa é a primeira divulgada com as informações do registro civil desde 1998. Ela mostra que, de 1991 a 2001, as uniões formais dos brasileiros ganharam um ano de duração (de uma média de 9,5 anos para 10,5 anos). Ao mesmo tempo, elas estão em queda: a taxa de casamento passou de 8 em cada mil pessoas para 5,7. Sudeste e Sul tiveram as maiores redu-ções. Apenas no Norte o índice cresceu, mas o aumento é creditado à melhoria no sistema de registros na região.

Curiosidade

Apesar de a maioria dos noivos ainda ser muito jovem (entre 15 e 24 anos), a idade média de quem casa subiu. Nos homens, pulou de 26,9 para 29,9 e, nas mulheres, de 23,5 para 26,4 anos. E há indícios de que ela tende a continuar subindo. “As razões devem ser econômicas, relacionadas ao mercado de trabalho e de comportamento, mas a verdade é que a tendência é de crescimento da idade de quem casa legalmente”, afirma a técnica Elisa Caillaux, do Departamento de População de Indicadores Sociais do IBGE.

A pesquisa mostra fenômenos curiosos. Cresceu o número de pessoas com mais de 60 anos que optaram por formalizar a união. Em 1991, foram 13 mil casamentos nessa faixa. Em 2001, pularam para 24 mil. Esse dado explica outro índice. No mesmo período, os casamentos de solteiros tiveram queda (de 93,9% para 88,4%), enquanto os de divorciados e viúvos subiram (1% para 2,4%).

Uma outra revelação da pesquisa indica que maio deixou de ser o mês preferido para o casamento. Ele tem o segundo lugar na preferência do brasileiro, perdendo para dezembro (13,3% dos registros feitos neste mês em 2000). O mais impopular é agosto, que teve apenas 4,8% das uniões em 2000.

Separação

Se o casamento está em queda, as taxas de divórcio e separação judicial não variaram muito na década: a primeira passou de 0,9 por grupo de mil para 1,2 e a segunda ficou estacionada em 0,9. Mas o estudo tem uma informação curiosa. Na maioria dos casos em que não há acordo, é a mulher que quer a dissolução (76% nas separações e 55% nos divórcios). Outra revelação: o Centro-Oeste foi a única região onde houve crescimento significativo das taxas de divórcio. Lá, a taxa subiu de 1,3 por grupo de mil em 1991 para 1,8/mil em 2001.

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