Brasil poderá receber novo grupo de refugiados palestinos, garante Conare

Brasília – O Brasil poderá receber, em 2008, um novo grupo de refugiados palestinos. A afirmação é do presidente do Cômite Nacional para Refugiados (Conare), Luiz Paulo Barreto, que adiantou que um dos focos de trabalho do comitê será a avaliação da integração dos 108 palestinos que chegaram ao Brasil no ano passado.

?Se essa experiência for bem sucedida, como está sendo, poderemos receber outro grupo de palestinos que ainda estão em risco?, explicou Barreto.

De acordo com o Conare, os palestinos que chegaram no país viviam há dois anos em acampamentos de condições precárias em uma cidade do Iraque.

?Eles chegaram no Brasil recebendo aula de português e, ao mesmo tempo, assistência psicológica, médica, humanitária e social. Eles estão muito bem agora. Muitos dizem que já são brasileiros.?

Barreto destacou que, para este ano, as metas do Conare são: continuar recebendo os refugiados de outros países e ficar atento aos conflitos internacionais, como o do Quênia.

Segundo ele, a lei brasileira de refúgio, que completou dez anos, é considerada uma das melhores leis do mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para Barreto, a lei brasileira reúne todos os instrumentos necessários para garantir proteção e integração dos refugiados.

Atualmente, 3,7 mil refugiados vivem no Brasil. Desse total, cerca de 70% são de nacionalidade angolana. De acordo com o presidente do Conare, a maior parte dos angolanos veio para o Brasil por causa da guerra civil que durou 21 anos.

?O Brasil, por uma questão de identidade lingüística e cultural, recebeu os angolanos. Apesar de a guerra ter acabado, muitos ainda se sentem inseguros para voltar?, defendeu Barreto que também é secretário-executivo do Ministério da Justiça.

A parceria entre governo federal, Nações Unidas e sociedade civil permite que os refugiados sejam encaminhados a programas de saúde, educação e cursos de capacitação profissional.

?Quando terminar o conflito eles chegam no país em condições melhores das de quando saíram. Esse é o objetivo da proteção internacional.?

Os refugiados recebem um documento de identidade concedido pelo governo brasileiro. Depois de seis anos, eles podem pedir um visto de residência definitivo ou então a naturalidade brasileira.

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