Brasil chama a Rússia para conquistar o espaço

Brasília – O Brasil deve usar tecnologia russa para desenvolver o seu programa espacial. O assunto foi discutido na sexta-feira entre os ministros da Defesa do Brasil, José Viegas, e seu colega russo, Serguei Ivanov. Os russos estão ajudando a descobrir as causas do acidente na base de Alcântara e devem ajudar na construção do foguete brasileiro.

Existe a possibilidade de se substituir o combustível sólido pelo líqüido no programa espacial brasileiro. A informação foi dada pelo ministro da Defesa, José Viegas, após encontro com seu colega russo, Serguei Ivanov. A idéia é utilizar o combustível na construção do foguete lançador Veículo Lançador de Satélite – VLS 2. O foguete deverá ter quatro estágios, sendo o último com o combustível líquido.

Segundo Viegas, o uso do propelente líquido já estava previsto no programa antes da explosão do VLS 1, na base de lançamento maranhense de Alcântara, que matou 21 técnicos. ” Desde antes do acidente de agosto, nós já tínhamos prevista uma fase posterior de inovação tecnológica em nosso programa espacial. É evidente que o acidente nos obriga a ter um estudo mais minucioso”, disse o ministro.

José Viegas acrescentou que a cooperação dos russos será muito importante para o aperfeiçoamento do foguete lançador brasileiro. “Podemos ganhar muito com o acúmulo de conhecimentos da Rússia nessa área, sobretudo em termos de propelentes líquidos”, ressaltou. Para o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Ivanov, a parceria na área é uma forma de expandir os negócios entre os dois países.

Durante o encontro, os ministros também conversaram sobre a participação da Rússia na na licitação de venda de caças supersônicos para a Força Aérea Brasileira. Os russos concorrem com os modelos Sukhoi 35 e MIG. Participam da disputa a Embraer, aliada à francesa Dassault, fabricante do Mirage; os americanos, com o modelo F-16; e o consórcio anglo-sueco com o modelo Grippen. “Sem dúvida, os aviões Sukhoi 35 estão entre os melhores caças da última geração”, disse Viegas.

Segundo Viegas, os dois países devem estabelecer parcerias também na área de aviação civil e naval. Ainda não há acordos fechados. Ele negou que esteja em negociação a construção de um submarino nuclear. Viegas disse, ainda, que a reunião serviu para intensificar o apoio da Rússia nas investigações sobre as causas do acidente na base de Alcântara. “Na própria opinião dos técnicos russos que nos visitaram, não há carências tecnológicas facilmente identificáveis em nosso programa”, disse o ministro.

Viegas informou que as investigações continuam, para se descobrir o que provocou a faísca durante o lançamento do foguete.” O que é certo é a nossa decisão de perseverar. E do nosso governo de ficar entre o pequeno grupo de países que têm acesso à tecnologia de lançamento de satélites”, destacou o ministro

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