Brasil ajudará Angola em sua reconstrução

Luanda – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Luanda, aos empresários brasileiros e angolanos que participaram do Seminário Empresarial de Comércio e Investimentos Brasil-Angola, que ele tem mais três anos e dois meses de mandato e não vai medir esforços para ficar, a partir de agora, de frente para o continente africano, de frente para Angola, para recuperar o tempo perdido.

“Nesse tempo, nós temos que dedicar todo o esforço que pudermos para que o Brasil consiga fazer algumas coisas que, na minha opinião, deveriam ter sido feitas e não foram. Consolidar a integração física da América do Sul é uma necessidade vital para o crescimento daquele continente. Ajudar a desenvolver uma política mais eficaz não apenas para vender, mas também para comprar”, enfatizou Lula.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, informou que, na reunião com o governo angolano, ficou assegurada a realização de projetos em comum que melhorem a competitividade angolana, e que agreguem valor à produção das matérias-primas de Angola. “O Brasil está disposto a apoiar projetos na reconstrução de Angola, projetos de infra-estrutura. O governo angolano propõe parceria para a melhoria dos aeroportos, geração de energia e também em projetos agroindustriais, no setor de cana-de-açúcar e no processamento de agroindústria, também daqui”, disse Furlan.

O ministro lembrou que estão na comitiva que veio à África o presidente da Embrapa, representantes do Senai e Senac, na área de treinamento profissionalizante. “Angola tem uma grande carência de formação profissional, e isto nos poderemos ajudar com apoio de instituições da indústria e do comércio do Brasil, como o Senac e o Senai”, disse.

Segundo José Manoel Cerqueira, economista e consultor de empresas angolanas, a ajuda brasileira será muito importante na reconstrução de Angola, especialmente após o processo de guerra civil que destruiu o país nas últimas décadas. Ele diz que o seu país não tem condições financeiras para arcar com os custos da reconstrução. Por isto, precisa da ajuda de países fortes economicamente, não só financeira, mas em tecnologia.

Para o economista, o Brasil tem o perfil ideal para as parcerias de médio e longo prazos, já que tem características comuns com a África. “Angola precisa de parceiros que compreendam a alma africana e os problemas dos trópicos e o Brasil, entre os grandes países do mundo, é o que tem a maior vocação africana”, afirma Cerqueira. Um ponto a favor no desenvolvimento das relações bilaterais entre os dois lados do Atlântico é a língua portuguesa, herança dos colonizadores portugueses. Angola espera que a iniciativa privada brasileira invista em infra-estrutura e no setor agrícola.

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