Boeing sobre carreta percorre rodovias de SP

Motoristas que estiverem seguindo da capital para o interior pela Rodovia dos Bandeirantes neste sábado ficarão surpresos ao ultrapassar um Boeing 737-200 em plena pista. A aeronave que pertenceu à extinta Vasp segue quase inteira, apenas sem as asas e as turbinas, sobre uma gigantesca carreta em direção a Araraquara, a 288 km de São Paulo. A fuselagem mede 32 m de comprimento por 4,10 de largura. Os demais equipamentos são levados em outros dois caminhões. O avião viaja a 30 km/h e deve chegar ao destino somente à noite, depois de pegar também a Rodovia Washington Luís.

O Boeing, comprado pelo piloto Edinei Capistrano da Silva, de 57 anos, será transformado em restaurante. O transporte da aeronave, que estava no Aeroporto de Congonhas, foi planejado durante 45 dias. Silva acompanhou a desmontagem e a saída da carreta, no início da madrugada da sexta-feira na Avenida dos Bandeirantes. Logo na saída, a parte mais alta do aparelho, que tem 5 metros de altura, enroscou na fiação, atrasando a viagem. Técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foram destacados para acompanhar a operação.

A carreta passou pelas avenidas Indianópolis, República do Líbano, Brasil, Rebouças e Gastão Vidigal, seguindo até o km 23 da rodovia Bandeirantes. O comboio estacionou no pátio de um posto de combustível e retomaria a viagem apenas na manhã de sábado. O dono do avião, que seguiu para Araraquara, deixando a viagem a cargo da transportadora Fama, disse que o custo da operação – desmontagem, transporte e montagem no destino – deve chegar a quase o dobro dos R$ 133 mil que ele pagou. O Boeing foi arrematado num leilão promovido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A aeronave fazia parte da massa falida da Vasp.

O desembolso vai atrasar o projeto de abertura do avião ao público. Silva adquiriu uma área de 13 m2 na saída para Matão, periferia da cidade, e pretende transformar a aeronave num restaurante e salão de festas para crianças. Comandante de jatos executivos, ele pretende manter a estrutura a mais original possível, com cabine de comando, bancos e outros equipamentos. Silva acredita que o local será uma atração. “Estou fazendo tudo com recursos próprios, por isso acho que só consigo abrir no final deste ano ou no início do próximo.” O piloto espera apoio de patrocinadores para antecipar o projeto.

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