Rio (Das agências) – O chefe de Polícia Civil, delegado Zaqueu Teixeira, confirmou ontem que o pagodeiro Marcelo Pires Vieira, o Belo, será indiciado por associação com o tráfico de entorpecentes. Acompanhado do perito Ricardo Molina, Zaqueu Teixeira também disse que deverá pedir a quebra do sigilo bancário e fiscal do cantor. Molina disse que analisou um trecho de aproximadamente 11 minutos de conversa telefônica e não tem dúvidas de que a voz na gravação é de Belo. Nas fitas, ele conversa com o traficante Valdir Ferreira, o Vado, do complexo de favelas do Jacarezinho.
O laudo dos peritos da Unicamp foi apresentado ontem oficialmente pela Polícia Civil. O diálogo entre os dois ocorreu no dia 4 de abril e foi gravado com autorização da Justiça por meio de grampo feito no telefone do traficante. Vado pediu R$ 11 mil ao cantor para a compra de um “tecido fino” que, segundo a polícia, seria cocaína. Na fita, Belo diz que empresta o dinheiro, mas pede um tênis AR, que seria um fuzil AR-15, segundo os investigadores do caso. Se for condenado pelo crime de associação para o tráfico de entorpecentes, Belo estará sujeito à pena que varia de 3 a 10 anos de prisão.
A investigação sobre as atividades dos traficantes do Jacarezinho começou no início do ano, quando foi aberto um inquérito no qual foram indiciados o líder comunitário Rumba Gabriel e um sargento da Polícia Militar. Os dois também tiveram conversas telefônicas com o traficante gravadas pela polícia. Se for condenado, Belo pode pegar pena que varia de 3 a 10 anos de prisão. O perito Ricardo Molina foi o responsável por analisar a gravação. Ele comparou a voz que aparece na fita com a do cantor em entrevistas e shows. O cantor, ex-Soweto, vinha negando que a voz captada pelo grampo fosse sua. Ele disse à polícia, no último dia 7, que sua casa estava em obras e que até 20 trabalhadores chegaram a ficar no local.