Beira-Mar compra míssil na cadeia, por celular

Rio (AG) – O Ministério Público investigava o caso há mais de 15 dias e fez ontem uma operação de varredura em Bangu I para apreender os celulares usados por outros detentos. Entre as ligações interceptadas pelo Ministério Público, feita por presos de Bangu I, está uma ligação do traficante Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, integrante da quadrilha de Fernandinho Beira -Mar. Na fita ele negocia a compra de um sistema de comunicação e de um míssil com um homem conhecido apenas como Rubinho, de São Paulo. O traficante paulista garante que tem contatos internacionais ligados a terroristas libaneses que podem providenciar qualquer tipo de aparelho ou arma.

Na gravação, Rubinho diz que tem acesso a aparelhos de comunicação usados apenas por terroristas no Líbano: “Consigo o que você imaginar, você grilou troca de linha e ninguém pode rastrear”. O míssil é monitorado por contole remoto e já estaria no Estado do Rio. A polícia investiga a localização do artefato. Chapolim também negociava a transformação de 400 quilos de pasta de cocaína molhada em crack. O traficante também teria falado sobre o assassinato do jornalista Tim Lopes.

O secretário estadual de Justiça, Paulo Saboya, ficou irritado porque não pôde acompanhar a operação conduzida pelo MP, com apoio de policiais do batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar. Paulo Saboya disse que o procedimento do MP foi irregular. “Sou a autoridade máxima da Secretaria de Justiça e não fui informado dessa operação”, disse ele.

Foi decretada também a prisão preventiva de alguns advogados acusados de levar mensagens dos traficantes presos para criminosos que estão nas bocas-de-fumo. Mas a principal prisão foi ontem à tarde em Brasília, do advogado Hélio Rodrigues Macedo que trabalha para o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Hélio é acusado de formação de quadrilha, participação no crime organizado e ainda de ser cúmplice de Beira-Mar. A Polícia Federal recebeu pedido de prisão e prendeu o advogado por volta de 16h30. Mas, a Superintendência em Brasília informou não ter todo o histórico sobre a participação do advogado com a quadrilha de Beira-Mar. O traficante mantinha dez advogados na capital federal. A Polícia suspeitava que alguns destes profissionais eram utilizados para colocar celulares dentro da prisão e repassar informações de interesse do criminoso.

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