Beija-Flor vence com samba-protesto

Rio

– Depois de quatro carnavais quase chegando lá, a Beija-Flor de Nilópolis finalmente consegue soltar o grito de “campeã”. O título vem com um gosto especial, depois de amargar a derrota com uma série de desfiles acima da média, e especialmente depois de ter perdido o campeonato por um décimo no ano passado para a Mangueira. Dessa vez, a situação se inverteu, e a Mangueira ficou em segundo, um ponto atrás da escola de Nilópolis. Em seguida vieram Grande Rio, Imperatriz, Mocidade e Viradouro. A escola rebaixada foi a Santa Cruz.

Como nos anos anteriores, o carnaval da Beija-Flor surpreendeu. Com muita originalidade, a escola de Nilópolis abordou o tema “fome”, e voltou a abordar assuntos sociais em seus enredos, característica que consagrou a escola no passado. Apesar do bem-sucedido desfile, a escola viveu momento de tensão. Os dois últimos carros da Beija-Flor tiveram dificuldades para passar na concentração. O oitavo carro trazia um grande boneco do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e teve que fazer uma manobra rápida para conseguir entrar na avenida. A passagem pela avenida levantou o público e comprovou a popularidade da agremiação.

Popularidade, aliás, foi o que não faltou: a escola contou com um carro alegórico representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presença dos participantes do Big Brother Brasil 3 Jean e Viviane.

Se na passarela o Carnaval foi alegria, a segurança na cidade do Rio não foi tranqüila, apesar da presença de 3 mil homens do Exército, e a violência aumentou em relação ao ano passado. Segundo o secretário de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, 90 pessoas foram assassinadas entre sábado e terça-feira, contra 77 mortes no mesmo período do ano passado, um aumento de 16,88%. Além dessas mortes, ocorreram outros 7 homicídios culposos e 29 mortes no trânsito, totalizando 126 mortes por violência. Segundo a assessoria do governo do Rio de Janeiro, não está computada no balanço a morte do professor de inglês Frederico Branco de Faria, de 56 anos, durante uma blitz do Exército na madrugada de terça-feira.

Em nota divulgada à imprensa, o Comando Militar do Leste lamenta o ocorrido, mas destaca que “em face das atitudes suspeitas do motorista, aos militares não restou outra opção senão recorrer ao uso da força”. O incidente foi responsável pela primeira morte atribuída às Forças Armadas desde o início da atuação das Forças Armadas no Rio, na chamada “Operação Guanabara”.

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