Base da PM é atacada e ônibus incendiados em Florianópolis

Unidades da polícia e ônibus do sistema de transporte coletivo da Grande Florianópolis sofreram uma série de ataques criminosos entre a tarde de ontem e a madrugada de hoje.

Dois coletivos, um carro da Polícia Civil e um carro particular de um policial militar foram incendiados por bandidos na capital e uma base da Polícia Militar em Palhoça (na Grande Florianópolis) foi atingida por tiros. Ninguém ficou ferido.

O primeiro ataque ocorreu no fim da tarde de ontem, quando bandidos tentaram atear fogo em um ônibus que estava estacionado no bairro Saco dos Limões. Segundo o tenente-coronel Araújo Gomes, comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, um homem jogou um pano encharcado com combustível para iniciar o fogo, mas não conseguiu atingir o veículo.

Por volta das 22h, no bairro Canasvieiras (região norte) bandidos entraram em um ônibus, ordenaram que todos os passageiros desembarcassem imediatamente, espalharam combustível e atearam fogo.

No mesmo bairro, cerca de duas horas depois, bandidos incendiaram outro ônibus que manobrava para entrar na garagem da empresa de transporte. Motorista e cobrador conseguiram controlar as chamas, evitando que o veículo fosse destruído.

Os ataques atingiram também unidades de segurança pública. Pouco antes da meia-noite, homens em um Corsa preto jogaram um pano molhado com combustível para iniciar o fogo dentro de um carro da Polícia Civil que estava estacionado em frente à delegacia do Saco dos Limões. As janelas do veículo estavam abertas e o fogo se alastrou rapidamente.

Por volta das 2h, uma base da PM em Palhoça foi atingida por tiros. Pelo menos 16 cápsulas de pistola foram encontradas pela polícia espalhadas em frente ao posto. No momento do ataque, apenas um policial estava na base. Ele não foi atingido.

O último ataque foi por volta das 3h, quando homens jogaram um pano molhado com combustível para incendiar um carro particular de um policial militar. O veículo estava estacionado em um condomínio ao lado da Academia da Polícia Civil, em Canasvieiras, mesmo bairro onde os dois ônibus foram incendiados.

Segundo o comandante Araújo Gomes, a polícia não descarta nenhuma possibilidade para a motivação dos atentados. “Existe a hipótese de os bandidos estarem reagindo a alguma ação policial específica nesses bairros. Mas trabalhamos também com a possibilidade desses ataques terem sido coordenados de dentro de alguma unidade prisional.”

Até agora, apenas um adolescente de 16 anos foi apreendido. Ele estava com uma arma próximo ao local onde os ônibus foram incendiados. A polícia também não descarta a possibilidade dos ataques terem relação com as ações de organizações criminosas contra policiais em São Paulo. Esse ano, 93 policiais e agentes prisionais foram assassinados no Estado.