Base aliada interrompe férias para debater Orçamento

Para votar o Orçamento de 2008 em março, como deseja o governo, os líderes dos partidos aliados foram convocados para uma reunião amanhã em Brasília, fazendo uma pausa nas férias de janeiro. A expectativa é a de avançar na definição dos cortes de despesas, no valor de R$ 20 bilhões, que devem atingir os Três Poderes. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse nesta quarta-feira (9) que o objetivo é cortar despesas de custeio no Judiciário, Legislativo e Executivo, além das emendas de bancadas e de comissões, que somam R$ 12,9 bilhões. Só depois de acertar os ponteiros com a base aliada é que o governo vai abrir as negociações com a oposição. A reunião de amanhã deve começar por volta das 14 horas, no Ministério do Planejamento.

Os estrategistas do Palácio do Planalto não querem repetir o erro cometido na discussão da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, optou por negociar primeiro com a oposição, deixando os aliados em segundo plano. Ao final, não conseguiu o apoio da oposição e não atraiu os indecisos da própria base. Amanhã, na reunião com os líderes dos partidos governistas, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, deve apresentar as "intenções" de cortes no Orçamento. Segundo Jucá, as mudanças, contudo, serão feitas pelo relator da Comissão Mista de Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), que também participará do encontro.

"Eu defendo cortes naquilo que não é emergencial", disse Jucá, para quem é possível reduzir gastos com a máquina governamental, construção de prédios públicos, viagens e diárias de servidores públicos, além de investimentos que ainda não começaram a ser executados. Na mesma linha de Paulo Bernardo, Jucá defende cortes de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que estão sem licença ambiental.

Voltar ao topo