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Uma barragem da mineradora Vale se rompeu nesta sexta-feira (25), na cidade de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A informação foi confirmada primeiro pelo Corpo de Bombeiros da região, que prestou o atendimento inicial no local. O rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão aconteceu próximo ao quilômetro 50 da rodovia MG-040, cerca de três anos após o desastre da barragem da Samarco, em Mariana, também em Minas Gerais.

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Pelo Facebook, a Prefeitura de Brumadinho divulgou um alerta para que a população se mantenha distante do leito do Rio Paraopeba.

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Os moradores estão sendo retirados do local e, desde o rompimento, o helicóptero de equipes de emergência resgata pessoas em meio à lama. De acordo com os Bombeiros, por volta das 17h30, cerca de 200 pessoas ainda estavam desaparecidas, já que os dejetos do rompimento atingiram um centro administrativo da companhia e uma localidade, conhecida como Vila Ferteco.

A lama começou a chegar ao centro do município, pelo leito do Rio Paraopebas, somente no final da tarde desta sexta. O rio abastece por volta de 6 milhões de pessoas. Um sistema de Comando de Operações foi estruturado no Centro Social do Córrego do Feijão, no Centro da cidade. Em nota, os Bombeiros informaram que “vários órgãos, principalmente de segurança pública, estão no local e em reunião neste momento definindo as estratégias de atendimento”.

Respostas das autoridades

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou que a atenção no momento é direcionada para socorrer as vítimas e que todo o aparato do governo foi enviado para o local com o objetivo de prestar os primeiros socorros e o suporte necessário aos moradores da região.

Além das autoridades mineiras, o governo federal também monitora a situação. Para isso, um gabinete de crise foi montado no Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro pretende estar na cidade mineira na manhã deste sábado (26), mas sua estada no local será curta, já que no domingo ele irá ser internado, em São Paulo, para a retirada da bolsa de colostomia, que usa desde que foi esfaqueado durante a campanha presidencial em Juiz de Fora, também em Minas Gerais.

Pelo Twitter, o presidente lamentou a tragédia e afirmou que a principal preocupação o governo é em atender as vítimas, além de afirmar que parte do governo já se desloca para Minas Gerais.

Plano de emergência

A mineradora informou que acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. “A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade”, disse em nota. A Vale se comprometeu ainda a continuar fornecendo informações assim que forem confirmadas.

 

Estrutura

A Mina Córrego do Feijão, cujo rompimento da barragem provocou mais um acidente da mineradora Vale em Minas Gerais em menos de três anos, faz parte do Complexo de Paraopeba, que possui 13 estruturas utilizadas para disposição de rejeitos, retenção de sedimentos, regulação de vazão e captação de água.

Ao todo, o Complexo de Paraopeba produziu 26,3 milhões de toneladas de minério de ferro em 2017, cerca de 7% da produção da Vale, que no mesmo ano produziu 366,5 milhões de toneladas de minério de ferro, segundo a assessoria da empresa.

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Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a barragem VI no Córrego do Feijão que se rompeu na tarde desta sexta-feira tem volume de 1 milhão de metros cúbicos de rejeito de mineração. A título de comparação, o órgão destacou que no desastre de Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015, o volume era de 50 milhões de metros cúbicos. Segundo informações do site da Vale, a barragem 1 foi construída em 1976. Atualmente, a barragem não recebia material, pois o beneficiamento do minério na unidade é feito a seco.

Prejuízos ambientais

As principais preocupações dos órgãos no momento, entre eles Ibama e Defesa Civil, é com resgate de vítimas e proteção de pontos de captação de água. “O Ibama acompanha o evento também por meio do Grupo de Informações de Emergências em Barragens, integrado pela Defesa Civil e os órgãos fiscalizadores de barragens. A Defesa Civil confirmou a existência de pessoas isoladas.”

Ainda de acordo com o Instituto, em situações de emergência, a competência primária para acompanhamento é dos órgãos licenciadores no Estado. O Ibama garante que continuará acompanhando o evento e prestando o apoio necessário aos órgãos públicos.

Barragem rompeu e causou destruição na região de Brumadinho (MG). Foto: Corpo de Bombeiros

Ações

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) afirmou que enviou uma equipe do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) para verificar e avaliar, juntamente com outras autoridades ambientais do Estado, a extensão dos danos causados pelo rompimento de barragem de mineração na região de Brumadinho.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, confirmou que acionou equipes para acompanhar a situação na cidade. O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, e o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, Armin Augusto Braun, devem ir para o município mineiro ainda nesta tarde.

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Além disso, o órgão informou que está em contato constante com a Defesa Civil de Minas Gerais e de Brumadinho para levantar dados sobre socorro a vítimas. Um relatório com as primeiras informações será enviado à Casa Civil da Presidência da República.

Já o Ministério do Desenvolvimento Regional disse que, no momento, não é possível ter um levantamento sobre a extensão do rompimento e que não há outras ações imediatas além do envio dos integrantes da Secretaria Nacional e do contato com os órgãos municipal e estadual.

Inhotim evacuado

Famoso no Brasil e no exterior, o parque de Inhotim teve que ser evacuado às pressas em meio aos temores de que a lama proveniente da ruptura de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) atingisse o parque. O jardim e museu de arte contemporânea a céu aberto são as maiores atrações turísticas da região, reunindo obras de arte dos mais importantes artistas contemporâneos.

O local não foi ainda atingido, mas não se sabe se a lama pode alcançar o parque. São 600 funcionários e cerca de mil visitantes por dia. Mas não se sabe quantas pessoas estavam no parque no horário do fechamento.

 

Bombeiros fazem resgate no meio da lama que escorreu de barragem rompida. Foto: Reprodução / TV

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