Bandidos atacam até de bicicleta

São Paulo – Na quarta noite consecutiva de atentados a bases da Polícia Militar do estado de São Paulo, um adolescente lançou, de bicicleta, uma granada obsoleta contra um posto policial do distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá, litoral paulista. Na capital, houve três ataques contra a polícia durante a noite. Em um deles, um policial ficou ferido. Já são 20 atos de violência contra policiais desde domingo, com um cabo e um sargento mortos e outros dez PMs feridos.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) liberou ontem mais de R$ 3 milhões para a Secretaria da Administração Penitenciária adquirir coletes à prova de bala, algemas e rádios de comunicação tipo HT para os agentes de muralha. O Ministério Público não tem dúvidas: os chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) presos no Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes, presídio de segurança máxima a 605 km de São Paulo, são so responsáveis pelos atentados no estado. O objetivo das ações seria forçar o governo a autorizar regalias no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que vigora no presídio.

O governo, porém, quer mais rigor e defende que o RDD suba dos atuais 180 dias iniciais para 365 dias logo na primeira prisão de bandido perigoso. “Assim, para casos de mais graves, você poderá isolar por tempo mais longo”, diz o governador Geraldo Alckmin.

Sobre o atentado contra o posto policial do Guarujá, a polícia especializada, chamada para desarmar o explosivo, informou que a granada era obsoleta, uma “relíquia familiar”. No entanto, o lançamento do artefato contra a base assustou os policiais. Apesar de ter passado em frente ao posto de bicicleta, o jovem conseguiu escapar. Para o capitão da PM Fausto Manhame, o suspeito praticou uma “brincadeira de mau gosto”.

“Ele cometeu uma atitude inconseqüente”, afirmou o capitão, acrescentando que algum policial poderia ter reagido, atirando contra o suposto agressor.

Para tentar evitar os ataques, a polícia solicitou o fechamento de várias ruas perto de batalhões e delegacias por medida de segurança. A PM também realizou uma megaoperação em ruas da Grande São Paulo e em 14 presídios do estado. Na primeira ação, 13 pessoas foram presas – nenhuma delas, no entanto, teria relação com os atentados.

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