“Bancos tinham desaprendido a atender pobres”, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou os que consideram o programa Bolsa-Família assistencialismo e as pessoas que não sabem o que significam R$ 50 para uma mãe de família. Ele disse que muitas pessoas dão esse valor de gorjeta no bar quando tomam cerveja enquanto uma mãe consegue alimentar seus filhos por 15 dias. O presidente, que visita a cidade de Araraquara, disse que é preciso acabar com o preconceito contra os pobres. "Aqui no Brasil, pobre não tinha acesso a banco e os bancos tinham desaprendido a atender pobres. Até o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal", disse Lula, que citou com o exemplo os empréstimos consignados e o próprio Bolsa-Família.

Durante a inauguração da escola Gilda Rocha de Mello Souza, o presidente lembrou que 60 mil jovens que participaram do Programa Universidade para Todos (Prouni) já irão receber seus diplomas este ano, sendo 40% dos estudantes negros. "É preciso acabar com essa história de que negro e nordestino têm que ser cortadores de cana. Não temos vergonha de ser cortador de cana, mas queremos ser também engenheiros e tudo mais", disse.

Bem humorado, antes de iniciar o discurso, o presidente tomou um copo de água e disse que "a diferença do Lula presidente para o Lula da porta da fábrica é que lá, às 5 horas da manhã, antes da assembléia, era preciso tomar uma coisa mais quente do que água para falar". Lula voltou a comentar ainda sobre o que considera o maior aperto fiscal já feito no País em 2003, citou que em 2005 "todo mundo acompanhou o que os partidos e uma parte da imprensa fez conosco", em referência à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do mensalão e, no fim, reafirmou a condição de credor do Brasil, com quase US$ 200 bilhões em caixa.

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