Baleada, menina teve que esperar 8h por cirurgia no RJ

A polícia do Rio abriu inquérito para apurar se houve omissão de socorro no caso da menina baleada na cabeça que teve que esperar oito horas até ser submetida a uma cirurgia.

Adrielly dos Santos Vieira chegou ao hospital Salgado Fillho, no Méier, zona norte, pouco antes da meia-noite de anteontem, mas só foi operada às 8h30 da manhã seguinte porque o neurocirurgião escalado para trabalhar no plantão noturno havia faltado.

“O que consta é que um médico deveria estar no hospital e não estava quando esse problema todo ocorreu. O neurocirurgião pode ser indiciado por omissão de socorro”, disse o delegado da 23ª Delegacia Policial, Luiz Arquimedes.

Os pais da menina foram ouvidos à tarde pelo delegado. O neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, o chefe do plantão Enio Eduardo Lopes e outros dois médicos do hospital também foram chamados para prestar depoimento e são aguardados na delegacia.

 

Segundo o pai de Adrielly, Marco Antônio Vieira, o estado de saúde da menina é estável, mas ainda é bastante grave.

 

Adrielly brincava na rua onde mora, em Piedade, zona norte, quando caiu no chão, com um ferimento na cabeça. Segundo familiares, eles só souberam se tratar de um tiro no hospital, quando foram informados de que uma bala estava alojada no crânio.

A PM afirmou que não havia registro de tiroteio no local. A suspeita é de que traficantes da favela Urubuzinho atiravam para o alto na noite de Natal. Uma das balas, ao cair, teria acertado Adrielly.

“Eram muitos fogos e não deu para perceber que havia tiro. Eles devem ter dado muito tiro para o alto e atingido minha filha”, disse Vieira. O caso foi registrado na 28ª DP.