Os atentados atribuídos a um poderoso grupo, dirigidos do interior das prisões brasileiras, não cessam nos estados de São Paulo e Santa Catarina e, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, causaram pelo menos outras seis mortes durante a última madrugada.

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As autoridades de São Paulo indicaram que, em um dos últimos ataques, uma mulher e seu filho de um ano retornavam para casa quando foram baleados por dois homens que circulavam em um moto.

O bebê morreu e a mulher permanece hospitalizada, segundo a Polícia Militar do estado.

As outras mortes ocorreram em circunstâncias similares em Guarulhos, cidade vizinha a São Paulo, e nos bairros paulistas de Guaianazes, Jardim Tietê e Tatuapé, informaram as autoridades.

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Em Santa Catarina, quatro ônibus de transporte público foram incendiados por pessoas que, segundo as autoridades, estariam vinculadas a um grupo nascido no interior das prisões de São Paulo há mais de uma década.

Desde o início de outubro, as autoridades paulistas registraram mais de 250 assassinatos e, em muitos casos, dirigidos contra agentes que não estavam em serviço.

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Nas últimas duas semanas, esses ataques se recrudesceram em Santa Catarina, onde foram produzidos, pelo menos, 20 atentados contra ônibus.

Para tentar conter a onda de violência, as autoridades de Florianópolis anunciaram que os ônibus de transporte público circularão com escolta policial, sobretudo no período noturno, quando ocorre a maioria dos ataques.

Embora ainda não contem com dados concretos sobre a origem dos atentados, as autoridades têm fortes indícios que por trás desses ataques está uma organização mafiosa nascida em 1997 no interior das prisões do estado de São Paulo e com ramificações em todo o país, inclusive no Paraguai.

As suspeitas foram, em partes, confirmadas pelo testemunho de um ex-presidiário detido nesta semana e acusado de ter assassinado um policial em uma cidade do interior de São Paulo.

Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, o detido confessou que assassinou o agente por ordens desse grupo criminoso, com o qual tinha “dívidas” por drogas desde a época em que estava em prisão.

O grupo em questão apareceu na cena nacional em fevereiro de 2001, quando seus líderes coordenaram a ocupação simultânea de 29 presídios do estado de São Paulo para protestar pelas degradantes condições de reclusão.

A rebelião durou quase 48 horas e levou à mudança de muitos dos líderes do grupo a prisões de outros estados, com a intenção de desarticular o grupo, que mesmo assim se manteve ativo.

Em maio de 2006, o mesmo grupo dirigiu uma rebelião similar e chegou a controlar, durante três dias, um total de 73 prisões nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, acompanhada por uma onda de violência similar à de agora, que na época causou a morte de cerca de 100 pessoas em apenas duas semanas.