Até urânio e tório já estão levando para fora do País

Boa Vista

– A polícia interceptou um carregamento de 600 quilos de urânio e tório, tirados de uma mina secreta numa floresta no Norte do Brasil. O carregamento seria vendido no mercado negro.

Com base na informação fornecida por uma fonte, a polícia federal interceptou 800 quilos de minério contendo os metais radioativos. O material estava escondido na caçamba de uma picape, encontrada a 120 quilômetros de Macapá, capital do Amapá, perto do Rio Amazonas. Amostras do material foram enviadas a um laboratório em Minas Gerais, que deve informar qual é a quantidade de material radioativa encontrado no minério, informou o delegado Luiz Carlos, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente, da Polícia Federal. O urânio não era enriquecido, o que significa que não seria usado como material para construir uma bomba nuclear. Mas só testes complementares poderão informar se poderia ser usado numa “bomba suja”. Já o tório deve ser usado como combustível para reatores nucleares no futuro, mas não é amplamente usado no momento.

O urânio estava em um bairro da periferia do município de Santana, onde fica o porto de atracação de grandes navios que seguem para o exterior. De posse de um mandado de busca e apreensão, os agentes entraram no local e encontraram mais de 800 kg de um minério escuro e pesado.

Segundo o delegado Luiz Carlos, o depósito estava alugado para o dono da mercadoria, de nome ainda não revelado pela PF. O delegado informou que o dono do depósito disse que não sabia da mercadoria. “O dono do depósito alugou o estabelecimento, mas alega que não sabia para que seria usado”, afirmou. A Polícia Federal investiga a procedência do minério, localidade e região em que foi extraído.

O minério apreendido foi recolhido ao pátio da PF. Uma parte será encaminhada para análise no Laboratório do Departamento Nacional de Produção Mineral. A polícia acredita que o material possui grande quantidade de tantalita, minério considerado de muito valor, por melhorar a característica de outros metais. Um inquérito policial foi aberto para apurar a procedência do minério apreendido. A tantalita é comercializada ao preço de R$ 50,00 o quilo. A exploração do minério é proibida no Amapá.

A PF faz uma investigação sigilosa para chegar a todos os envolvidos. Se as denúncias de exploração ilegal forem comprovadas, o responsável pelo minério será indiciado por crime contra o meio ambiente.

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