Dois dias após votar pela absolvição dos 74 policiais militares acusados pelo massacre do Carandiru, em 1992, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, trocou ofensas com usuários da rede social Facebook que questionaram sua atitude. O desembargador, ex-presidente do TJ, votou pela absolvição dos PMs, mas seus colegas optaram por anular os cinco júris populares que condenaram os policiais.

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As ofensas foram publicadas em um post da página de Sartori que mostrava um vídeo do filho do desembargador, Guilherme Sartori, candidato a vereador pelo PHS na capital. No vídeo, o rapaz, estudante de Direito, discursava sobre segurança pública. O vídeo foi publicado no dia 24, três dias antes da decisão.

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“Vc é uma infeliz que não sabe o que diz. Mais uma incauta dos ativistas do pseudo-direitos humanos. Leia o voto (decisão) e depois dê sua opinião da sua cabeça”, escreveu a página do desembargador, rebatendo uma usuária da rede.

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“Outro infeliz, cooptado pelos pseudo defensores dos direitos humanos. Vai ler o processo e depois dê sua opinião consciente!” disse a página, rebatendo outro comentário.

Usuários do Facebook também postaram um meme sobre o massacre na página. A imagem mostra uma pilha de corpos ensaguentados, das vítimas do massacre. Abaixo, uma frase questiona: “Faltou convicção, Tribunal de Justiça de São Paulo?”

Na edição impressa desta quinta-feira, 29, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem sobre decisão do desembargador de junho, em que ele condenou um homem por roubar salame no interior do Estado.

A reportagem procurou o desembargador por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo. Não houve resposta até as 19h40 desta quinta-feira.