Após ataques, ouvidor nacional inspeciona prisão

Um representante da Secretaria dos Direitos Humanos do governo federal foi a Santa Catarina vistoriar o presídio de São Pedro de Alcântara, o maior do Estado, localizado na Grande Florianópolis.

Segundo o Ministério Público, os ataques em série ordenados contra ônibus e forças de segurança no Estado, que ocorreram na semana passada, podem estar ligados às condições da unidade.

Na semana passada, a direção da Polícia Civil afirmou que parte dos atentados foi ordenada de dentro do local. Ao menos 27 ônibus foram incendiados ou atacados.

O ouvidor nacional Bruno Renato Teixeira chegou hoje a Florianópolis e se reuniu com representantes do governo do Estado. Ele deve fazer amanhã uma visita ao presídio.

Segundo Teixeira, a viagem já estava programada, mas a situação ocorrida no Estado na semana passada acabou antecipando a visita.

Há duas semanas, um princípio de motim no presídio de São Pedro de Alcântara provocou uma ação de agentes penitenciários, que é investigada por uma força-tarefa formada por Justiça e Ministério Público. Familiares dos presos relataram que dezenas de detentos foram agredidos com balas de borracha na operação.

O diretor do presídio deixou o cargo após uma agente prisional, com quem ele era casado, ser morta a tiros em outubro.

“Pedimos a celeridade nas investigações para fechar esse ciclo de violência no Estado, em que, a partir do assassinato de uma agente, todo um processo repercutiu no lado de fora”, disse Teixeira. Ele afirmou, no entanto, que a apuração ainda está em andamento e que não é possível confirmar a versão de abusos.

O presídio, apesar de ter menos de dez anos, já possui um histórico de problemas. Em 2009, foi divulgado um vídeo mostrando agressões a presos dentro das celas. Um deles teve a cabeça enfiada em um vaso sanitário.

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