Brasília – Imagens de satélite analisadas pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, o Imazon, mostram que há 173.023 quilômetros de estradas abertas ilegalmente em terras públicas na Amazônia. De acordo com o estudo, a cada ano surgem cerca de 1.900 quilômetros de novas estradas de chão batido, abertas na mata por meio de moto-serras, tratores do tipo patrol ou tratores de esteira com correntes estendidas (usados para maiores devastações).
As estradas clandestinas trazem a extinção da floresta e concentram o desmatamento. Nove em cada 10 quilômetros da malha rodoviária ilegal estão no Mato Gosso, Rondônia e Pará. No raio de 5 quilômetros das pistas ilegais estão 80% da destruição da Amazônia, calcula o geógrafo CarlosSouza Júnior, responsável pelo estudo do Imazon.
Ele explica que a análise das imagens de satélite permitecompreender a geografia da ocupação antes que as novas fronteiras de exploração da floresta estejam delineadas. Com as fotos das rodovias endógenas ou não-oficiais, governo e sociedade podem antecipar onde ocorrerão processos de desmatamento. ?Se a gente consegue localizar essas estradas, a gente consegue prever com muito mais precisão onde vai acontecer o desmatamento nos próximos anos?, explica o geógrafo.
Para Marcelo Marquesine, um dos coordenadores das campanhas do Greenpeace na Amazônia, ?as estradas são as veias abertas da destruição da floresta, as rodovias clandestinas iniciam um ciclo de devastação.?


