Amazônia responde por 53% das florestas tropicais ainda em pé

Que a Amazônia é a maior floresta tropical intacta do planeta, todos sabem. Também não é segredo que, dentre todas as florestas, a Amazônia perde em extensão apenas para as boreais, quando se somam as áreas de dois continentes, abrangendo Rússia, Canadá e Alasca.

Mas talvez não se tivesse a certeza, até agora, de que, em termos de biodiversidade, não há nenhuma outra dentre as grandes regiões naturais da Terra que se compare à Amazônia. Também nunca foram reunidos, numa mesma publicação, tantos dados sobre o atual estado de conservação e os desafios para protegê-la.

O capítulo dedicado à Amazônia, do livro da Conservation International e da Agrupación Sierra Madre é assinado por 36 autores, entre os quais estão alguns dos maiores especialistas em fauna e flora da região. A reportagem teve acesso, com exclusividade, ao texto desse capítulo.

No livro, os autores definem que a Amazônia tem 34 ecorregiões, das quais 17 são florestas tropicais densas e úmidas, a maioria delimitada por grandes rios. A soma dessas áreas dá 6.241.270 km2, podendo chegar a 6.655.277 km2, se forem acrescentadas as florestas de transição de Mato Grosso, mais 14.226 km2 de rios, totalizando 6.683.926 km2, divididos entre nove países. A maior área – 63,7 % do total – fica no Brasil.

Atualmente, de acordo com a publicação, a Amazônia responde por 53% das florestas tropicais ainda em pé. Há controvérsias, ainda, quanto ao Rio Amazonas ser o mais extenso do mundo, depois da descoberta de um pequeno rio, Carhuasanta Creek, que seria a verdadeira nascente do Amazonas, no Pico Nevado Mismi.

Os cálculos da extensão total do Amazonas, então, ainda variam entre 6.275 km e 7.872 km. O Nilo, antes confortável na primeira posição, tem 6.700 km. A vazão média do Rio Amazonas é calculada em 175 mil m3 por segundo, correspondendo a algo entre um quinto e um sexto do total de água doce fluvial do planeta, uma descarga quatro vezes maior do que a do Rio Congo e dez vezes mais potente do que a do Rio Mississippi.

A Amazônia abriga nada menos do que 40 mil espécies de plantas, das quais 30 mil são endêmicas, ou seja, só existem ali. Só estas endêmicas correspondem a 10% de todas as plantas conhecidas no mundo. Entre os 427 mamíferos amazônicos conhecidos, 173 são endêmicos.

Primatas

O grupo de mamíferos com maior número de espécies é o dos morcegos (158), seguido pelos roedores (110). As espécies de primatas também já são numerosas (81) e continuam sendo descobertas, à razão de quase uma por ano, o que é um índice altíssimo para os dias atuais. A estimativa é de que o número total de espécies de mamíferos amazônicos ainda vai crescer muito, com as revisões e as novas descobertas em andamento, devendo ficar próximo de 500. Das 1.294 espécies de aves catalogadas 260 são endêmicas.

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