Alunos do ensino básico escrevem e lêem mal

Brasília (AE) – Cerca de 55% dos alunos de 4.ª série do ensino fundamental apresentaram desempenho crítico ou muito crítico em língua portuguesa, de acordo com dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O baixo desempenho em leitura atinge também anos posteriores de ensino. São 26,8% dos alunos de 8.ª série do ensino fundamental e 38,6% dos alunos de 3.ª série do ensino médio.

Os dados são referentes a 2003 e foram apresentados ontem pelo Ministério da Educação (MEC), em Brasília, no seminário Alfabetização e Letramento em Debate. O evento discute formas de melhorar esses números da educação. "O País tem um problema de longa data, reconhecido pelos educadores, que é a questão da aprendizagem, da repetência, sobretudo nas séries iniciais do ensino fundamental, que supera a média internacional em muitos pontos", afirma o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Haddad lembra que garantir uma educação de qualidade é um trabalho de longo prazo, no qual o Ministério da Educação trabalha com foco em quatro eixos que vão desde a educação básica, passando pela profissional e continuada até a superior. "Educação se resolve com compromisso de longo prazo, suprapartidário, compromisso para além de um governo, compromisso social com pressão social sobre os três níveis de governo, municipal, estadual e federal".

O secretário de Educação Continuada do MEC, Francisco da Chagas, destaca que a qualificação dos professores é um dos fatores que contribuem para o bom aprendizado dos alunos. Ele lembrou que o método de alfabetização utilizado é escolhido pelos governos estaduais e pelas escolas.

Universitários de classe alta consomem mais drogas

São Paulo (AE) – Pesquisadores concluem que o uso de substâncias psicoativas entre estudantes universitários é comum. Além disso, alunos com renda familiar mais elevada (acima de 40 salários mínimos) e que não praticam nenhum credo religioso formam o grupo mais exposto ao consumo.

Essas duas conclusões, que chegaram até a surpreender os pesquisadores, foram obtidas por meio de estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e publicado na edição de abril da Revista de Saúde Pública. Ao todo, foram aplicados 926 questionários aos alunos da área de ciências biológicas, entre os anos de 2000 e 2001. Todos os documentos são anônimos.

Entre os alunos que se declararam adeptos de alguma religião, o consumo de álcool no período foi de 83,1%, o de tabaco 20,7% e o de drogas ilícitas 24,6%. No grupo dos agnósticos, as cifras obtidas, respectivamente, foram: 89,3%, 27,7% e 37,7%.

Enquanto que o consumo de álcool entre alunos de famílias ricas atingiu 92,2% e de drogas ilícitas 39,2%, na outra ponta da pirâmide social a situação é diferente. Estudantes oriundos de famílias com renda mensal menor que 10 salários mínimos consumiram menos álcool (75,2%) e drogas ilícitas (16,7%). "Esses dados vêm quebrar o mito de que a droga só é consumida entre populações de baixa renda", explica André Malbergier, coordenador do estudo.

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