Aliado de Dilma Rousseff será secretário-executivo do MME

Numa demonstração clara de que não baterá de frente com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o futuro ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), anunciou ontem que o atual secretário de Planejamento Energético do ministério, Márcio Zimmermann, será seu secretário-executivo. A primeira escolha de Lobão foi, assim, uma imposição de Dilma. O futuro ministro disse também que ainda não definiu qual cargo poderá vir a ser ocupado pelo ex-prefeito de São Paulo e atual tesoureiro do PMDB paulista, Miguel Colasuonno, que também era cotado para a secretaria-executiva.

Zimmermann é um técnico próximo à ministra da Casa Civil. Ele assumiu o posto de secretário de Planejamento em janeiro de 2005 na época em que Dilma comandava a pasta de Minas e Energia. Zimmermann chegou a ser cotado para o cargo de ministro no ano passado, quando Silas Rondeau saiu por causa de denúncias de envolvimento em esquema de corrupção descoberto pela Operação Navalha da Polícia Federal.

Estranho ao setor, mas apadrinhado pelo senador José Sarney (PMDB-AP), Lobão foi escolhido porque, no loteamento de cargos articulado pelo Palácio do Planalto com os partidos aliados, a pasta cabe ao PMDB do Senado.

Nas últimas semanas circularam rumores em Brasília de que Dilma estaria preocupada com a nomeação de um político para o cargo de ministro de Minas e Energia. Em suas primeiras entrevistas após ser confirmado no cargo, Lobão fez questão de negar o atrito e declarou que Dilma tem apreço por ele. Ao escolher um técnico ligado à ministra para ser seu principal auxiliar, Lobão dá um sinal de que vai trabalhar com ela.

Na quinta-feira, ele já havia declarado que sua gestão no ministério não seria do tipo ?porteira fechada?, o que significa que o PMDB não ocuparia todos os principais cargos.

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