Agência Brasil

Rebelo: "Creio que haverá quorum.
Espero que Deus ajude".

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O presidente da Câmara Federal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou ontem que vai descontar nos salários dos parlamentares que não comparecerem às sessões em plenário agendadas para esta segunda e terça-feiras. Rebelo quer destrancar a pauta da Câmara dos Deputados até o fim da próxima semana, garantir a aprovação de mais duas medidas provisórias e colocar em apreciação projetos de interesse do governo.

Brasília – A preocupação do presidente da Câmara é que no meio da semana cai o feriado de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, e com isto há a tentação dos deputados de fazerem um "feriadão" prolongado, esvaziando o plenário do Legislativo. "Eu creio que haverá quorum. Espero que Deus ajude", disse o deputado, que é comunista. E para colaborar com a ajuda divina, ele disse que não hesitará em "aplicar aquilo que está previsto no regimento da Câmara".

Para haver quorum é necessária a presença de 257 dos 513 deputados, ou seja, a metade de todos os deputados, mais um, configurando uma maioria simples. O cálculo do desconto é feito da seguinte maneira: R$ 8.200, parte variável do salário de R$ 12.800 de cada deputado, é dividido pelo número de sessões realizadas por mês. O valor pago por sessão é descontado dos R$ 8.200.

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Rebelo confirmou para a próxima terça, às 9h, a reunião da mesa diretora da Câmara que decidirá sobre a abertura de processo de cassação contra os 13 deputados listados no relatório aprovado anteontem pela Corregedoria da Casa, com a indicação de cassação. Aldo preferiu não antecipar sua opinião sobre o relatório. Ele também ainda não definiu se os processos serão encaminhados separadamente ou em bloco para o Conselho de Ética.

"A mesa tem de ter equilíbrio, rigor, justiça e isenção. Eu não devo antecipar minha posição. Vou analisar o relatório no fim de semana. Não faço comentários para não influenciar nas decisões", disse Aldo, que é testemunha de defesa no processo que já está em andamento no Conselho de Ética contra o deputado José Dirceu (PT-SP). Os nomes de Dirceu, Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG) foram excluídos do relatório da corregedoria, pois já há processos contra os três no conselho.

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Aldo Rebelo também admitiu que pode não presidir algumas das sessões que analisarão as possíveis cassações dos deputados envolvidos em denúncias de corrupção, o que, para ele, seria normal. "Eu admito o que o regimento determina. Posso presidir ou não", disse o presidente da Câmara. Ele também comentou sobre a greve de fome do bispo de Barra (BA), Luiz Flávio Cappio, que protestava contra a transposição do Rio São Francisco. Para Aldo, a atitude é comovente. "É preciso resolver o impasse com debate e consenso", afirmou o presidente da Câmara no começo da tarde, antes de o bispo ter encerrado a sua greve de fome.