Ala do PT contra Genoino

Brasília – Com críticas ao governo e à condução do partido, a tendência Movimento PT, uma corrente interna da legenda, se reúne neste final de semana, em Brasília, para lançar a deputada Maria do Rosário (RS) para o cargo de presidente nacional da legenda, no lugar de José Genoino. O encontro da corrente acontece uma semana depois da reunião do chamado Campo Majoritário no Rio de Janeiro, do qual faz parte o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros da Casa Civil, José Dirceu, e da Fazenda, Antônio Palocci, entre outros membros do primeiro escalão do governo.

O Movimento PT também apresentará um documento com posições da corrente sobre a conjuntura econômica e social do País que será redigido após um debate, amanhã (16), com a presença do ministro José Dirceu e dos líderes do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), e na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que integra a corrente. O Movimento PT tem críticas quando à condução da reforma agrária, por exemplo, considerada tímida.

No final da semana passada, o Campo Majoritário divulgou um documento, após o encontro de dois dias, de apoio à política econômica do governo, significando um primeiro passo para que o partido incorpore ao seu ideário pressupostos macroeconômicos hoje em execução pelo governo, como a defesa do equilíbrio fiscal. O documento do Movimento PT deverá ter um tom mais crítico. A tese de cada tendência será debatida no encontro nacional do partido nos dias 2, 3 e 4 de dezembro.

O Movimento PT condena o alinhamento automático da legenda conduzido por Genoino ao governo. "Precisamos de uma direção que apóie o governo, mas que tenha a capacidade de manter um pouco de independência. Genoino não faz isso no tamanho necessário", afirmou o vice-presidente nacional do PT, Romênio Pereira, do Movimento PT. Ele argumenta que o partido tem de ajudar a governabilidade, o presidente Lula e sua reeleição, mas deve cumprir um papel partidário. O Campo Majoritário apóia a reeleição de Genoino.

Encontro para evitar prévias

São Paulo – Os três principais interessados em disputar o governo do Estado de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores se reuniram ontem para evitar uma desgastante prévia, para indicar o preferido do partido. O deputado João Paulo Cunha disse que é "possível" um entendimento que evite a realização de uma prévia para a escolha do candidato do partido a governador de São Paulo.

"É possível, desde que se cumpra um roteiro transparente e democrático", afirmou. Se a definição de um nome consensual não for possível, João Paulo entende que é preciso criar condições para que ocorra uma disputa "democrática e tranqüila". Além dele, o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), e a ex-prefeita da capital paulista Marta Suplicy (PT) disputam a indicação do partido à sucessão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O roteiro proposto pelo deputado do PT de São Paulo para a definição do candidato da legenda envolve cinco itens.

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