Ainda é cedo para fazer críticas a Lula, diz Simon

Brasília

  – O senador Pedro Simon (PMDB-RS) usou a tribuna do plenário do Senado para defender o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmar que ainda é cedo para fazer cobranças. “Ainda não dá para elogiar Lula, mas também não dá para jogar pedra.”

Apesar de concordar que o PSDB e o PFL, os mais contundentes nos ataques ao governo, estão fazendo seu papel, Simon alertou os partidos para os riscos de um eventual fracasso do governo Lula. “Eu tenho medo. Que tipo de vozes poderia suceder Lula em caso de um fracasso? Se for um fiasco, será que o sucessor será o PSDB ou PMDB?”, advertiu o senador, ressaltando que o PSDB, ao longo de oito anos, também não conseguiu atender todas as expectativas da população que agora estaria esperando “quase um milagre” de Lula.

Cauteloso, o senador gaúcho ressalvou que Lula não poderá fazer esse milagre e chamou também a atenção do PT para o fato de a oposição estar ocupando a cada dia mais espaço nos plenários da Câmara e do Senado para criticar o governo, sem uma defesa mais consistente por parte dos aliados de Lula. Exemplo disso aconteceu hoje, quando o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP) desafiou o presidente Lula a propor alterações para mudar as regras das agências reguladoras. “É preciso parar de resmungar e começar a governar”, alfinetou Goldman, cobrando uma proposta do governo. A queixa generalizada da oposição tem sido essa, a da “paralisia do governo nesses quase dois meses desde a posse”.

Depois do discurso de Goldman, apenas o deputado doutor Rosinha (PT-PR), de improviso, limitou-se a acusar o tucano de “ser uma viúva de Fernando Henrique” sem tratar especificamente da questão das agências reguladoras. “Respeito a oposição para cobrar agora, pois o PT na oposição foi duro e atirava pedra para todo lado. Mas os líderes do PSDB e do PFL estão sendo injustos em não dar uma chance para o governo se preparar”, continuou Simon em seu discurso. “Não é hora de cobrar. A hora é de unirmos em torno de um projeto para o Brasil.”

O PMDB, partido que o governo deseja atrair para sua base parlamentar, encerrou a semana insatisfeito com o PT. O líder do partido na Câmara, Eunício Oliveira (CE), não foi consultado e, por isso, o PMDB ficou fora dos cargos de presidente e relator das comissões especiais que vão discutir as reformas.

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