Agricultores querem reforma agrária

Brasília – Cerca de 1.800 trabalhadores rurais sem-terra chegaram ontem a Brasília para reivindicar o assentamento de um milhão de famílias dentro do Plano Nacional de Reforma Agrária. Os trabalhadores marcharam durante 9 dias de Goiânia à Capital Federal. Ontem pela manhã no trajeto entre a Candangolândia, cidade satélite de Brasília, e o Parque da Cidade, onde estão acampados, a marcha recebeu o presidente nacional do PT, José Genoíno, que também acompanhou a saída em Goiânia. Genoíno subiu no caminhão de som e disse para os manifestantes que eles não voltariam para casa de mãos vazias e que o PT apóia a reforma agrária.

Hoje, a partir das 9h, os manifestantes participarão de uma conferência para discutir o Plano Nacional de Reforma Agrária. O encontro reunirá cerca de 3 mil trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Contag, do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), da Comissão Pastoral da Terra, e da Via Campesina.

Os trabalhadores estão reivindicando mais recursos para a reforma agrária. Os R$ 1,1 bilhão previstos no Orçamento Geral da União para o ano que vem são considerados insuficientes pelos trabalhadores. Eles também reivindicam o assentamento de 200 mil famílias por ano, e segundo o presidente da Contag, Manoel José dos Santos, estes recursos permitem assentar apenas 25 mil famílias em 2004.

Ontem pela manhã uma comissão de representantes da Contag foi recebida em audiência pelo ministro do Desenvovlvimento Agrário, Miguel Rosseto. Eles discutiram, entre outros assuntos, a renegociação das dívidas dos trabalhadores dentro do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária (Procera).

Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel José dos Santos, os trabalhadores querem discutir os encaminhamentos e as metas estipuladas pelo governo para a reforma. Outro assunto que deverá ser discutido são os recursos para a reforma agrária previstos no Orçamento Geral da União para o ano que vem. Para Manoel José dos Santos, os R$ 1,1 bilhão previstos são insuficientes para assentar por ano 200 mil famílias de agricultores, como reivindica a Contag. Segundo o líder dos trabalhadores, esses recursos permitem apenas o assentamento de 25 mil famílias.

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