Aécio e Alckmin reafirmam críticas ao governo Lula

São Paulo – Os governadores Geraldo Alckmin, de São Paulo, Aécio Neves, de Minas Gerais, voltaram a criticar o governo federal, reforçando as queixas manifestadas ontem na reunião dos oito governadores tucanos em Palmas (TO). “O que estamos verificando permanentemente é uma visão centralizadora, quando o Brasil é um País continental, que deve ser federativo, com o fortalecimento de estados e municípios”, disse Alckmin, após entregar viaturas para a Polícia Militar em São Paulo.

Ao criticar o “espetáculo da arrecadação”, em alusão ao “espetáculo do crescimento” citado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador paulista cobrou melhor distribuição dos recursos arrecadados entre os entes federados, uma vez que “quem tem polícia, saúde e educação é o estado e o município”.

Em Belo Horizonte, Aécio Neves classificou de “moroso” o repasse aos estados dos recursos do Fundo Nacional de Segurança e do Fundo Penitenciário. Ele cobrou a exclusão das verbas destinadas à segurança pública dos “contingenciamentos feitos pela área econômica do governo, para garantir progresso na geração de superávit primário do País”.

PSDB não é vítima, diz líder

O líder do PT na Câmara, deputado federal Arlindo Chinaglia (SP), criticou ontem duramente o documento dos governadores tucanos que acusa o governo federal de fragilizar os estados. “Os governadores do PSDB não têm direito de se colocarem como vítima”, declarou. Entre as reivindicações apresentadas estão um maior repasse de recursos da União aos governos e “limites mais suportáveis” para o pagamentos das dívidas estaduais.

A reunião dos governadores tucanos ocorreu em Palmas, Tocantins, quando também foi aprovado um apoio à proposta do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) de retirar do cálculo das dívidas estaduais os gastos com saúde e educação. “Ajudar o Brasil não é retirar investimentos de saúde e educação do cálculo da divida estadual, mas ajudar o presidente Lula a convencer o FMI que os investimentos em estatais e em infra-estrutura não entrem no cálculo do superávit primário. Isso porque a responsabilidade de pagar as dívidas é da União”, rebateu Chinaglia, ao ser entrevistado hoje pela manhã pelo Portal do PT.

Já o deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG), que foi relator do projeto de reforma tributária na Câmara, atribui ao momento eleitoral a ênfase do documento dos governadores. “Num momento de eleições, sendo os governadores que assinam o documento de oposição, não considero que isso vá aguçar um eventual atrito com o governo federal”, afirmou Guimarães.

Reivindicações

O parlamentar mineiro acredita que as reivindicações do documento fazem parte do jogo político e do próprio papel do administrador público. “Governador e prefeito são como sindicalista: têm de reivindicar sempre. Isso é normal e até os nossos governadores reivindicam também”, disse Virgílio Guimarães.

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